Performances de gênero na poesia de Lila Ripoll : uma análise das obras publicadas entre os anos de 1938 e 1947

Abstract

Este trabalho tem como objetivo analisar a obra poética produzida por Lila Ripoll entre os anos de 1938 e 1947, buscando identificar as possíveis performances de gênero por ela apresentadas e refletindo acerca de seu potencial performático. Empreende-se tal estudo a partir de uma abordagem interdisciplinar que busca conciliar perspectivas oriundas dos campos dos Estudos de Gênero e dos Estudos Literários, inserindo-se esta monografia na área de estudos da Literatura Comparada. Foram selecionados cerca de três a quatro poemas de cada uma das obras aqui abordadas que passaram por análises que consideraram seus aspectos sonoros, lexicais e semânticos como intrinsecamente unidos em uma grande rede de significação. Durante estes procedimentos, foi possível identificar o notável poder performático da obra de Lila, que, a partir da denúncia e da contestação das opressões sofridas por mulheres no início do século XX, expõe o caráter discursivo e performativo das categorias de gênero, desnaturalizando-o e propondo novas formas de performar.

This paper aims to analyze the poetic work produced by Lila Ripoll between the years of 1938 and 1947, seeking to identify the possible gender performances presented by it reflecting on its performative potential. This study is undertaken from an interdisciplinary approach that seeks to reconcile perspectives from the fields of Gender studies and Literary studies, situating this monograph in the area of Comparative Literature studies. For this purpose, we selected between three and four poems from each of the works covered here, which were analyzed considering their sound, lexical and semantic aspects as intrinsically united in an extensive network of meaning. During this procedure, it was possible to identify the remarkable performative power of Lila's work, which, based on the denunciation and contestation of the oppressions suffered by women in the early twentieth century, exposes the discursive and performatic character of gender categories, denaturalizing it and proposing new ways of performing.