Ação da vitamina A e do trolox sobre o stress oxidativo produzido pelo peróxido de hidrogênio no miocárdio isolado de rato
Fecha
1993Autor
Tutor
Nivel académico
Doctorado
Tipo
Resumo
Foram estudados, neste trabalho, os efeitos do stress oxidativo induzido pelo H₂O₂ no miocárdio isolado e perfundido de ratos machos Wistar e a ação da vitamina A e do trolox nestes fenômenos. Para a perfusão do coração, foi empregado o método de Langendorff (1895), utilizando-se como solução perfusora um Tyrode com pH 7,4, borbulhado com carbogênio, com temperatura de 31° C e pressão constante de 8,02 kPa. O modelo de estudo usado para produzir stress oxidativo foi o acréscimo de H₂O₂ (256 mM) ...
Foram estudados, neste trabalho, os efeitos do stress oxidativo induzido pelo H₂O₂ no miocárdio isolado e perfundido de ratos machos Wistar e a ação da vitamina A e do trolox nestes fenômenos. Para a perfusão do coração, foi empregado o método de Langendorff (1895), utilizando-se como solução perfusora um Tyrode com pH 7,4, borbulhado com carbogênio, com temperatura de 31° C e pressão constante de 8,02 kPa. O modelo de estudo usado para produzir stress oxidativo foi o acréscimo de H₂O₂ (256 mM) à solução perfusora por 20 minutos, após a preparação haver se estabilizado (10 minutos). A proteção antioxidante foi oferecida mediante perfusão, por 10 minutos antes do stress oxidativo, com vitamina A (50 U.I./ml) ou com um análogo hidrossolúvel da vitamina E, o trolox (0,2 e 2 mM). O stress oxidativo foi avaliado por alterações fisiológicas (alterações na contratilidade e no fluxo coronariano) e por alterações bioquímicas (alterações no conteúdo de glicogênio cardíaco e na LPO). As alterações fisiológicas puderam ser analisadas a partir dos mecanocardiogramas e registros de fluxo efetuados. O glicogênio cardíaco foi estimado pelo método de Van Handel (1965), que quantifica glicose após a hidrólise ácida do tecido. A LPO foi determinada pelo teste do TBA-RS realizado no homogeneizado e no perfusado cardíacos, pela técnica do consumo de oxigênio e pela QL iniciada por t-BOOH. A alteração fisiológica mais evidente induzida pelo H₂O₂ foi o aparecimento da contratura cardíaca. Este fenômeno foi acompanhado por alterações bioquímicas: redução do conteúdo de glicogênio e aumento da LPO. A contratura observada parece ter uma relação íntima com a depleção de energia e o aumento da LPO. Estes fatores determinariam uma elevação do nível intracelular de cálcio que seria responsável pelos efeitos observados. A vitamina A reduziu a magnitude da contratura cardíaca, impediu a redução do conteúdo de glicogênio e o aumento da LPO. Isto evidencia um efeito protetor da vitamina A contra o stress oxidativo induzido pelo H₂O₂ no miocárdio. O trolox não reduziu a contratura cardíaca, porém protegeu contra a depleção de energia e a LPO. Estes resultados podem ser reflexo da estrutura molecular do trolox que, por ser hidrossolúvel, não conseguiu se intercalar aos lipídios da membrana e proteger contra as alterações fisiológicas. Outra alteração contrátil observada no miocárdio após a perfusão com H₂O₂ foi uma queda na força de contração (efeito inotrópico negativo). Este efeito foi reduzido apenas pelo trolox na concentração de 0,2 mM. Observou-se uma diminuição da freqüência cardíaca (efeito cronotrópico negativo) induzida pelo H₂O₂ , que foi atenuada pela vitamina A e pelo trolox. A perfusão com H₂O₂ determinou, ainda, uma pronunciada vasoconstrição coronariana. As vitaminas aumentaram o fluxo coronariano em relação ao controle, contudo não foram efetivas na proteção contra a vasoconstrição induzida pelo H₂O₂. Os resultados obtidos são muito interessantes em vista do curto período de exposição do tecido às vitaminas (apenas 10 minutos) e da elevada concentração de H₂0₂ utilizada por um período de tempo duas vezes maior. O modelo de estudo empregado reforça as hipóteses de geração de EAO nos tecidos submetidos à isquemia-reperfusão. Este modelo tem-se mostrado muito útil para investigar os efeitos do stress oxidativo no coração isolado e possíveis mecanismos protetores. ...
Institución
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Instituto de Biociências. Curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas: Fisiologia.
Colecciones
-
Ciencias Biologicas (4156)Fisiología (426)
Este ítem está licenciado en la Creative Commons License
