A legalização do aborto como agenda internacional : o caso da Argentina

Abstract

O presente trabalho objetiva compreender e explicar quais elementos influenciaram eviabilizaram o processo de legalização do aborto induzido na Argentina e que podem contribuir para o desenvolvimento do debate internacional sobre direitos reprodutivos e sexuais. Ao avaliar as evidências sobre a questão do aborto no mundo, percebe-se que a legalização e a descriminalização da prática relaciona-se diretamente com uma questão de saúde humana, urgente e fundamental. Tal circunstância, por sua vez, remonta às construções sociais do feminino e quais funções são atribuídas a esse sexo, o que implica nas intersubjetividades das pessoas, bem como no acesso à direitos. Nessa perspectiva, volta-se para o estudo da experiência argentina durante o período de 2003 a 2020, buscando dar luz a esse significativo avanço social através do aporte teórico das teorias feministas de Relações Internacionais e avaliando os principais atores e aspectos que fizeram parte desse processo. Ao estudar sobre as implicações posteriores à legalização do aborto na Argentina, o movimento encabeçado pela CampanhaNacional pelo Direito ao Aborto Legal, Seguro e Gratuito conseguiu mobilizar pessoas dediferentes origens e identidades, organizações, coletivos, entidades e instituições e estabeleceuum movimento organizado, multidimensional, interseccional, intergeracional e feminista. Dessa forma, o movimento configurou-se em um relevante ator político capaz de produzir transformações na sociedade argentina e, ainda, propiciou evidências para subsidiar a formulaçãode políticas públicas no âmbito internacional.

El presente trabajo tiene como objetivo comprender y explicar qué elementos influyeron ehicieron posible el proceso de legalización del aborto inducido en Argentina y cuáles pueden contribuir al desarrollo del debate internacional sobre derechos sexuales y reproductivos. Al evaluar la evidencia sobre el tema del aborto en el mundo, se nota que la legalización y despenalización de la práctica está directamente relacionada con un tema de salud humana urgente y fundamental. Esta circunstancia, a su vez, se remonta a las construcciones sociales de lo femenino y qué funciones se atribuyen a este sexo, lo que implica en las intersubjetividades de las personas, así como el acceso a los derechos. En esta perspectiva, se recurre al estudio de la experiencia argentina durante el período 2003 a 2020, buscando arrojar luz sobre este significativo avance social a través del aporte teórico de las teorías feministas de las Relaciones Internacionales y evaluando los principales actores y aspectos que formaron parte de este proceso. Al estudiar las implicaciones tras la legalización del aborto en Argentina, el movimientoliderado por la Campaña Nacional por el Derecho al Aborto Legal, Seguro y Gratuito logró movilizar a personas de diferentes orígenes e identidades, organizaciones, colectivos, entidades e instituciones y conformó un movimiento, multidimensional, interseccional, intergeneracional y feminista. De esta forma, el movimiento se convirtió en un actor político relevante capaz de producir transformaciones en la sociedad argentina y también proporcionó evidencias para sustentar la formulación de políticas públicas a nivel internacional.