Enlaces entre narração, corpo e adoecimento : a narrativa como dispositivo de elaboração do sofrimento por crianças com câncer

Abstract

O presente artigo pretende compartilhar alguns caminhos teóricos delineados na composição de nossos percursos de pesquisa que têm a narrativa como um dispositivo de intervenção que visa configurar espaços de narrativização que possibilitem fazer sentido aos efeitos decorrentes de situações potencialmente traumatizantes, como o adoecimento. Esse trabalho consiste na articulação entre o adoecimento da criança pelo câncer e o estudo das narrativas tendo como principais interlocutores a psicanálise e a perspectiva narrativista. A proposta é demonstrar o vasto campo de possibilidades, a partir das narrativas de si, de a criança compreender o que acontece com o seu corpo e, assim, poder construir sua própria versão sobre a experiência do adoecimento. Os resultados nos mostram que, de maneira lúdica, a criança pode vivenciar, elaborar e construir narrativamente sentidos acerca desse novo corpo que se apresenta para ela: o corpo atravessado pela doença.

The present article intends, from a bibliographic research, to theoretically delimit the articulations between narrative and illness, prioritizing the subjective effects that a disease like cancer can bring to a child’s life, having psychoanalysis and the narrative perspective as the main interlocutors. In addition, it seeks to share research clippings that have narrative as an intervention device that aims to con-figure spaces for narrativization that make sense of the effects re-sulting from potentially traumatic situations, such as illness. Studies point to the importance of the child understanding what happens to his body and, thus, being able to build his own version of the illness experience and show us that, in a playful way, the child can experience, elaborate and construct narrative senses about this new body that presents itself to her: the body crossed by the disease.

Este artículo pretende, a partir de una investigación bibliográfica, delimitar teóricamente las articulaciones entre la narrativa y la enfermedad, priorizando los efectos subjetivos que una enfermedad como el cáncer puede traer a la vida de un niño, teniendo como prin-cipales interlocutores el psicoanálisis y la perspectiva narrativista. Además, trata de compartir los recortes de investigación que tienen la narración como un dispositivo de intervención que pretende configurar espacios de narrativa que den sentido a los efectos derivados de situaciones potencialmente traumatizantes, como la enfermedad. Los estudios señalan la importancia de que el niño entienda lo que le sucede a su cuerpo y pueda así construir su propia versión de la experiencia de la enfermedad y nos muestran que, de manera lúdica, el niño puede experimentar, elaborar y construir narrativamente significados sobre este nuevo cuerpo que se le presenta: el cuerpo atravesado por la enfermedad.