Jovens, ensino médio e educação antirracista : noções sobre igualdade racial a partir da obrigatoriedade do ensino de história e cultura africana, afro-brasileira e indígena

Abstract

O presente trabalho analisou como os jovens estudantes consideram a educação antirracista, vinculada a promoção da igualdade racial, a partir da obrigatoriedade do ensino de História e Cultura Indígena, Africana e Afrobrasileira, em uma escola situada na periferia de Guaíba. A metodologia do estudo foi de abordagem qualitativa, e análise de conteúdo, usando como instrumento um questionário, acompanhado de um termo de consentimento autorizado pela escola. O questionário online foi enviado aos alunos, durante as aulas de estágio, através do grupo de WhatsApp da turma, sem identificação dos participantes. O objetivo do TCC foi de analisar de que maneira os alunos têm tido contato com os conteúdos da aplicação do artigo 26-A da LDBEN. Observaram-se os conteúdos referentes aos estudos da educação das relações étnico-raciais e do ensino de história e cultura africana, afro-brasileira e dos povos indígenas, a partir das noções de igualdade racial construídas pelos estudantes. Os resultados apontam que os jovens têm alguma noção sobre a operação do racismo na sociedade brasileira, mas pouco usam de conceitos sociológicos para embasar seu pensamento, ou seja, para desenvolver uma compreensão mais crítica e de menos senso comum. Igualmente destaca-se o fato de que são as disciplinas de Ciências Humanas que tratam desses temas, o que implica ver os compromissos da Sociologia e seu ensino com a educação antirracista. Talvez o ensino de Sociologia ainda explique o mundo mais pelas questões de classe do que de raça. Defende-se que uma educação antirracista é capaz de construir novos cidadãos que valorizem e convivam com a diferença, que possa desconstruir paradigmas pré-estabelecidos, onde todos tenham seus espaços e possam desenvolver suas ideias e adquirir uma educação mais inclusiva e acolhedora em todos os aspectos.

The present work analyzed how young students consider anti-racist education, linked to the promotion of racial equality, based on the mandatory teaching of Indigenous, African and Afro-Brazilian History and Culture, in a school located on the outskirts of Guaíba. The study methodology used a qualitative approach, using a questionnaire as an instrument, accompanied by a consent form authorized by the school, which is attached. The questionnaire was sent to the students, during the internship classes, to the group's WhatsApp group, a questionnaire formulated in google forms, in an objective way, so that the participants were not identified. The objective of the TCC was to analyze how students have had contact with the contents of the application of article 26-A of the LDBEN. The methodology used a qualitative approach using questionnaires and content analysis. The contents related to studies of education on ethnicracial relations and the teaching of African, Afro-Brazilian and indigenous peoples' history and culture were observed, based on the notions of racial equality constructed by the students. The results indicate that young people have some idea about the operation of racism in Brazilian society, but they use little sociological concepts to support their thinking, that is, to develop a more critical understanding and less common sense. Also noteworthy is the fact that it is the disciplines of Human Sciences that deal with these themes, which implies seeing the commitments of Sociology and its teaching with anti-racist education. Perhaps the teaching of Sociology still explains the world more through class issues than race. It is argued that an anti-racist education is capable of building new citizens who value and live with difference, that can deconstruct pre-established paradigms, where everyone has their spaces and can develop their ideas and acquire a more inclusive and welcoming education in all aspects.