Exercícios de subjetivação como conexão entre artistas e mulheres

Abstract

Esta pesquisa tem por objetivo analisar o processo de subjetivação e inter- conexões através da “Criação permanente” como ferramenta metodológica de estímulo à criação em artes como parte de um programa de aulas on-line, ministradas pela pesquisadora. Para isso, tal ferramenta é desdobrada em três aspectos: “criação permanente do eu”, “criação permanente do nós” e “criação permanente do mundo”, aos quais correspondem exercícios de sub- jetivação de três aulas distintas: “Louise Bourgeois, uma visita a si mesma”, “Lygia Clark, a casa é o corpo”, “Anna Maria Maiolino, atravesso a janela do mundo”. Entende-se por “criações”, algumas experiências e elaborações pro- postas pela autora/ministrante, como exercícios de uma figuração híbrida/ visual de corpo/subjetividade. A análise foi desenvolvida em uma abordagem qualitativa e utilizou-se como fundamentação teórica a filosofia da diferen- ça de Deleuze e Guattari, bem como as reflexões de Rolnik e Braidotti. Esta pesquisa é de cunho qualitativo e utiliza a Metodologia da Cartografia com- plementada por entrevistas semiestruturadas com alunas como técnica de investigação. Esta tese contribui para pensar a criação nas artes em perío- dos de distanciamento social da pandemia de covid-19, durante 2020-2022, momento em que se deram as aulas. Mas, não somente, ela se amplia a outros contextos fora do distanciamento e se preocupa com a criação que seja mais afeita aos fluxos do que a identidades fixas.

This research’s goal is to look at the process of subjectification and its intercon- nections and analyze it through “permanent Creation”, a methodological tool de- signed to stimulate creation in the arts in the context of an online course syllabus developed by the author and researcher of this work. To that effect, the tool is further examined into three aspects: “permanent creation of the self”, “permanent creation of the we”, and “permanent creation of the world”; these correspond to three exercises of subjectification from three distinct lectures: “Louise Bourgeois, a visit to oneself”, “Lygia Clark, home is the body”, and “Anna Maria Maiolino, I cross through the world’s window”. By “creations” I mean a variety of experiences and elaborations proposed by the author/lecturer as exercises of a hybrid/visual figuration of the body/subjectivity. The analysis was developed within a qualitati- ve framework, grounded on Deleuze’s and Guattari’s philosophy of difference, as well as on reflections by Rolnik and Braidotti. This work is, therefore, qualitative in nature and utilizes as its investigation technique the Methodology of Cartogra- phy, complemented by semi-structured interviews conducted with the women students. This thesis was written as a contribution to those willing to think about artistic creation in times of social distancing, particularly during the 2020-2022 covid-19 pandemic (when my online classes took place). Not only that, but it also reaches out to other contexts beyond distancing practices, concerning itself with a kind of creation that is more akin to fluxes than to fixed identities.