Avaliação do perfil clínico e de fatores de risco para doença trofoblástica gestacional recorrente no centro de referência da Irmandade de Santa Casa de Misericórdia Porto Alegre
View/ Open
Date
2022Author
Advisor
Co-advisor
Academic level
Doctorate
Type
Subject
Abstract in Portuguese (Brasil)
INTRODUÇÃO: A Doença Trofoblástica Gestacional (DTG) é composta por um espectro de doenças com diferenciação trofoblástica defeituosa, desenvolvimento embrionário anormal e proliferação trofoblástica excessiva, divididas em formas benignas e neoplásicas. Após a identificação, tratamento correto e acompanhamento, a cura pode ser alcançada. A DTG Recorrente ocorre quando uma nova DTG se apresenta no mesmo paciente. O objetivo deste estudo foi identificar características clínicas e laboratoriais q ...
INTRODUÇÃO: A Doença Trofoblástica Gestacional (DTG) é composta por um espectro de doenças com diferenciação trofoblástica defeituosa, desenvolvimento embrionário anormal e proliferação trofoblástica excessiva, divididas em formas benignas e neoplásicas. Após a identificação, tratamento correto e acompanhamento, a cura pode ser alcançada. A DTG Recorrente ocorre quando uma nova DTG se apresenta no mesmo paciente. O objetivo deste estudo foi identificar características clínicas e laboratoriais que pudessem predizer o risco de recorrência. MÉTODOS: Estudo de coorte retrospectivo com DTG recorrente no período de 1985 a 2019 em um Centro de Referência para DTG no Sul do Brasil. As variáveis quantitativas foram descritas por média e desvio padrão ou mediana e amplitude interquartílica. As variáveis categóricas foram descritas por frequências absolutas e relativas. Para comparar médias, o teste t-student para amostras independentes foi aplicado. Em caso de assimetria, o teste de Mann-Whitney foi utilizado. Na comparação de proporções, os testes qui-quadrado de Pearson ou exato de Fisher foram utilizados. Resultados: População de 396 mulheres. Grupo de estudo de DTG recorrente (G1) com 36 pacientes e grupo controle (G2) com 360 pacientes com DTG não recorrente. Não foram observadas diferenças estatísticas em relação à idade média, história obstétrica prévia, idade gestacional média no diagnóstico do primeiro episódio ou hipótese diagnóstica inicial. A mediana de hCG no diagnóstico no grupo 1 foi de 106,695.00 mIU/mL e no gripo 2 de 51,700.00 mIU/mL (p=0.533). O tempo de remissão do primeiro episódio no G1 foi de 10 semanas e no G2 foi de 11 semanas (p=0,634). O método contraceptivo mais usado previamente ao primeiro episódio de DTG, foi representado pelos contraceptivos hormonais orais para ambos os grupos. Entretanto, não foi encontrada diferença significativamente estatística entre os grupos (p = 0,234). O achado mais frequente em ambos os grupos foi a existência de doença prévia, seguida do uso de medicamentos. A patologia da tireoide foi ligeiramente maior no G1 (7,4% x 5,97%) (P=0,334), porém, não foi encontrada diferença estatisticamente significativa. Observamos um crescimento na taxa acumulativa de probabilidade de recorrência do do 1º ao 5º ano após o primeiro episódio de GTD e nenhum aumento nas ocorrências depois de 6 anos. Discussão: A chance de recidiva da doença molar aumenta até o quinto ano após um primeiro evento. Pacientes com diagnóstico tardio não apresentaram risco aumentado de recorrência. Os contraceptivos orais podem ter um papel nos episódios recorrentes, bem como observados nos primeiros episódios de HM. Níveis elevados de hCG não apresentaram risco estatístico para recorrência. Não foi encontrada diferença comparando MHC e MHP em relação à recorrência, bem como com o tempo decorrido desde o diagnóstico até a remissão da doença, sugerindo que pode não haver aumento da chance de uma doença recorrente mesmo em casos de longa evolução. Conclusão: Nosso estudo aponta para a possibilidade de alguns fatores associados à recorrência de GTD, como a presença de doenças da tireoide e o uso de anticoncepcional hormonal, embora não tenhamos encontrado diferenças estatisticamente significativas. ...
Abstract
INTRODUCTION: Gestational Trophoblastic Disease (GTD) comprises a spectrum of diseases with defective trophoblastic differentiation, abnormal embryonic development and excessive trophoblastic proliferation, divided into benign and neoplastic forms. After identification, correct treatment and follow-up, cure can be achieved. Recurrent GTD occurs when a new GTD presents in the same patient. The aim of this study was to identify clinical and laboratory characteristics that could predict the risk o ...
INTRODUCTION: Gestational Trophoblastic Disease (GTD) comprises a spectrum of diseases with defective trophoblastic differentiation, abnormal embryonic development and excessive trophoblastic proliferation, divided into benign and neoplastic forms. After identification, correct treatment and follow-up, cure can be achieved. Recurrent GTD occurs when a new GTD presents in the same patient. The aim of this study was to identify clinical and laboratory characteristics that could predict the risk of GTD recurrence. METHODS: Retrospective cohort study with recurrent GTD from 1985 to 2019 at a Reference Center for GTD in South Brazil. Quantitative variables were described as mean and standard deviation or median and interquartile range. Categorical variables were described by absolute and relative frequencies. To compare means, the t-student test for independent samples was applied. In case of asymmetry, the Mann-Whitney test was used. In comparing proportions, Pearson's chi-square or Fisher's exact tests were used. Results: Population of 396 women. Recurrent GTD study group (G1) with 36 patients and control group (G2) with 360 patients with non-recurrent GTD. No statistical differences were observed regarding mean age, previous obstetric history, mean gestational age at first episode diagnosis or initial diagnostic hypothesis. The median hCG at diagnosis in group 1 was 106,695.00 mIU/mL and in group 2 51,700.00 mIU/mL (p=0.533). Time to remission of the first episode in G1 was 10 weeks and in G2 it was 11 weeks (p=0.634). Contraceptive method most used prior to the first GTD episode was represented by oral hormonal contraceptives for both groups. However, no statistically significant difference was found between the groups (p = 0.234). The most frequent finding in both groups was the existence of previous disease, followed by the use of medication. Thyroid pathology was slightly higher in G1 (7.4% x 5.97%) (P=0.334), however, no statistically significant difference was found. We observed an increase in the cumulative probability of recurrence rate from 1st to 5th year after first GTD episode and no increase in occurrences after 6 years. Discussion: The chance of molar disease recurrence increases up to the fifth year after a first event. Patients with late diagnosis did not have an increased risk of recurrence. Oral contraceptives may play a role in recurrent episodes as well as seen in early episodes of MH. Elevated hCG levels did not present a statistical risk for recurrence. No difference was found comparing MHC and MHP in terms of recurrence, as well as with the time elapsed from diagnosis to disease remission, suggesting that there may be no increased chance of recurrent disease even in cases of long evolution. Conclusion: Our study points to the possibility of some factors associated with the recurrence of GTD, such as the presence of thyroid diseases and the use of hormonal contraceptives, although we did not find statistically significant differences. ...
Institution
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Faculdade de Medicina. Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde: Ginecologia e Obstetrícia.
Collections
-
Health Sciences (9085)
This item is licensed under a Creative Commons License