De Lula a Bolsonaro : rupturas e continuidades discursivas na política externa brasileira para os BRICS (2003 - 2020)

Abstract

Diante das transformações matriciais da política externa brasileira nos últimos anos, o objetivo do presente trabalho é analisar as rupturas e continuidades discursivas na política externa brasileira para o BRICS (Brasil, Rússia, China, Índia, África do Sul). A metodologia empregada consiste na análise de conteúdo dos pronunciamentos do governo Brasileiro na Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas (AGNU) e nas Cúpulas dos BRICS, bem como análise das declarações finais das referidas cúpulas. Concluiu-se que houve um afastamento brasileiro da defesa do multilateralismo, da cooperação sul-sul e da multipolaridade, distan-ciando sua agenda externa dos demais países emergentes do BRICS e evidenciando que a matriz de inserção internacional do Brasil nos governos de Michel Temer (2016 - 2018) e Jair Bolsonaro (desde 2019) é diferente daquela vigente nos governos de Lula da Silva (2003-2010) e Dilma Rousseff (2011-2016).

Given the matrix transformations of Brazilian foreign policy in recent years, the aim of this paper is to analyze the discursive ruptures and continuities in Brazilian foreign policy for the BRICS (Brazil, Russia, China, India, South Africa). The methodology used consists of analyzing the pronouncements of the Brazilian government at the General Assembly of the United Nations (UNGA) and at the BRICS Summits, as well as analyzing the final declarations of those summits. It was concluded that there was a Brazilian departure from the defense of multilateralism, south-south cooperation and multipolarity, distancing its external agenda from the other emerging countries of the BRICS and showing that the matrix of Brazil’s international insertion in the governments of Michel Temer (2016 - 2018 ) and Jair Bolsonaro (since 2019) is different in effect in the governments of Lula da Silva (2003-2010) and Dilma Rousseff (2011-2016)

Frente a las transformaciones de la matriz de la política exterior brasileña en los últimos años, el objetivo de este artículo es analizar las rupturas y continuidades discursivas en la política exterior brasileña para los BRICS (Brasil, Rusia, China, India, Sudáfrica). La metodología utilizada es la de análisis de contenido de los pronunciamientos del gobierno brasileño en la Asamblea General de las Naciones Unidas (AGNU) y en las Cumbres BRICS, así como el examen de las declaraciones finales de las referidas cumbres. La conclusión de este trabajo es que hubo un alejamiento del país en la defensa del multilateralismo, la cooperación sur-sur y la multipolaridad, alejando su agenda externa de los demás países BRICS emergentes. También muestra que la matriz de inserción internacional de Brasil en los gobiernos de Michel Temer (2016 - 2018) y Jair Bolsonaro (desde 2019) es diferente al que preponderaba en los gobiernos de Lula da Silva (2003-2010) y Dilma Rousseff (2011-2016).