Ainda me desconheço : indeterminação produtiva, cisnormatividade e Corpoflor

Abstract

Com a obra Corpoflor, de Castiel Vitorino Brasileiro, como suporte, procura-se, neste artigo, explorar alguns sentidos e formas que a experiência subjetiva das dissidências de gênero assume para além da gramática identitária. Hibridando (AYOUCH, 2021) psicanálise, transfeminismo e estudos de gênero/queer, combinam-se as contribuições lacanianas (SAFATLE, 2007, f) sobre a dimensão normativa do Eu com a noção de cis(hetero)normatividade (VERGUEIRO, 2015; BUTLER, 2016b, 2019a). Com isso, almeja-se levar a radicalidade do reconhecimento da negatividade e da opacidade às análises dos processos de subjetivação generificados, no sentido de defender a potência produtiva das experiências de indeterminação (SAFATLE, 2013).

Having Castiel Vitorino Brasileiro’s Corpoflor as basis, the aim of this article is to explore some senses and forms the subjective experience of gender dissidence assumes, beyond the gramatics of identity. By hybridizing (AYOUCH, 2021) psychoanalysis, transfeminism and queer studies, this article blends Lacanian contributions (SAFATLE, 2007, 2017) about the normative dimension of the ego with the notion of cis(hetero)normativity (VERGUEIRO, 2015; BUTLER, 2016b, 2019a). Aiming to extend the radicality of negativity and opacity to the analysis of gendered subjectivation processes, we try to defend the productive potential of indeterminacy (SAFATLE, 2013).