Sobre o marxismo e a questão racial : uma leitura de Nelson Werneck Sodré a partir de Introdução à revolução brasileira (1958)

Abstract

Este trabalho tem por objetivo analisar os aspectos da questão racial na obra Introdução à revolução brasileira (1958), publicada por Nelson Werneck Sodré. Dessa forma, para investigarmos a vida e obra sodreana, é necessário considerar tanto a influência do movimento comunista quanto a sua trajetória militar. A interpretação do autor marxista correlaciona os problemas de raça e os problemas de classe, principalmente ao longo do desenvolvimento da formação social brasileira. Na verdade, em determinadas passagens, o estudo de Sodré examina as relações raciais entre brancos, negros e indígenas, levando em consideração o período colonial, imperial e republicano. Consequentemente, a partir do âmbito da teoria marxista, utilizaremos referências bibliográficas que dialogam sobre as problemáticas raciais na sociedade de classes. Assim, ao compreender o Brasil como uma nação racialmente hierarquizada, a contribuição de Sodré aponta na direção do processo revolucionário e, paralelamente, os caminhos para a superação das estruturas que condicionam o racismo.

This work aims to analyze aspects of the racial issue in the book Introdução à revolução brasileira (1958) published by Nelson Werneck Sodré. In order to investigate Sodré's life and work, it is necessary to consider both the influence of the communist movement and his military trajectory. The Marxist author's interpretation correlates race and class issues, especially throughout Brazilian social formation. In fact, in specific passages, Sodré's study delves into the racial relations among white, black, and indigenous people, considering the colonial, imperial, and republican periods. Therefore, from the perspective of Marxist theory, we will use bibliographic references that address racial issues in class societies. Hence, by understanding Brazil as a racially hierarchical nation, Sodré's contribution points towards the revolutionary process and suggests pathways for dismantling the structures that perpetuate racism.