Análise das orientações fisioterapêuticas nos pacientes submetidos a cirurgia de reparo do manguito rotador

Abstract

Introdução: A reabilitação pós cirúrgica de manguito rotador é crucial para restaurar a funcionalidade do ombro. Com a alta demanda pelos serviços de fisioterapia do Sistema Único de Saúde e as grandes filas de espera, orientações de exercícios domiciliares e teleatendimento são opções para evitar sequelas e facilitar o acesso ao tratamento. Objetivo: Analisar os efeitos das orientações fisioterapêuticas por exercícios domiciliares ou teleatendimento sobre as variáveis de amplitude de movimento (ADM), força muscular, funcionalidade e qualidade de vida nos pacientes que foram submetidos a cirurgia de reparo do manguito rotador. Metodologia: O estudo foi do tipo ensaio clínico não randomizado. A amostra foi composta por 9 pacientes, de ambos os sexos, que realizaram cirurgia de reparo do manguito rotador. Avaliações da ADM com goniômetro manual, da força com dinamômetro manual e célula de carga, da funcionalidade e qualidade de vida por meio de questionários foram realizadas nos momentos pré-operatório, 6 e 12 semanas de pós-operatório. Diferenças entre os momentos foram avaliadas pelo teste ANOVA one way seguida do post-hoc de Bonferroni. Resultados: Foram encontrados aumentos significativos de 6 para 12 semanas nas medidas de ADM de flexão, abdução e rotação externa. Na medida de força dos abdutores pela célula de carga, também houve aumento significativo de 6 para 12 semanas. Nas demais variáveis não foram encontradas diferenças significativas entre os momentos. Conclusão: As orientações fisioterapêuticas contribuem para o ganho de ADM e força de abdutores, porém 12 semanas de orientações não são suficientes para plena recuperação pós operatória.

Introduction: Post-surgical rotator cuff rehabilitation is crucial to restoring shoulder functionality. With the high demand for physiotherapy services by the Unified Health System and the long queues, guidance on home exercises and teleassistance are options to avoid sequelae and facilitate access to treatment. Objective: To analyze the effects of physiotherapeutic orientation on range of motion (ROM), muscle strength, functionality and quality of life in patients who underwent rotator cuff repair surgery. Methodology: The study was an experimental non-randomized clinical trial. The sample selection was intentional and 9 patients of both genders who underwent rotator cuff repair were included in the study. To verify the difference between the moments, the one-way ANOVA test was used followed by the Bonferroni post-hoc test. Results: Significant increases were found from 6 to 12 weeks in the ROM measurements of flexion, abduction and external rotation. In the measure of strength of the abductors by the load cell, there was also a significant increase from 6 to 12 weeks. In the other variables, no significant differences were found between the moments. Conclusion: Physiotherapeutic orientation contribute to gains in ROM and strength of abductors, but 12 weeks of orientations are not enough for full postoperative recovery.