É pela vida das mulheres : justiça reprodutiva como estratégia de enfrentamento à violência obstétrica?

Abstract

A violência obstétrica (VO) é um agravo importante de ser estudado e é considerado um tema de relevância para a saúde das mulheres. A VO tem sido objeto de diversos estudos com a constatação de que em torno de 25% das gestantes afirmam ter sofrido violência durante o pré-natal, parto e puerpério, e, nessa medida, é urgente a ampliação de investigações sobre o tema e a criação de ferramentas para diminuição destes casos. A Justiça reprodutiva nos traz uma perspectiva ampla de saúde das mulheres, trazendo para o debate diversos pontos que interseccionam a vida das pessoas e que devem ser consideradas para a elaboração de políticas públicas, como acesso à saúde, segurança e justiça, assim como uma perspectiva coletiva de enfrentamento e construção de soluções. Este trabalho tem como objetivo principal apresentar o conceito de Justiça Reprodutiva como uma possível ferramenta de enfrentamento à violência obstétrica a partir da revisão bibliográfica exploratória em diversos portais como LILACS, Biblioteca Virtual Em Saúde, Portal De Periódicos Da Capes e Scielo. A pesquisa nesses portais ocorreu partir dos termos Justiça reprodutiva, Violência obstétrica, direitos humanos e medicalização da vida. A justiça reprodutiva, ao invocar as mulheres a decidirem sobre suas vidas, propondo a necessidade de construções coletivas também nos mostra que é necessário a ampliação das pautas de forma abrangente, já que violências não são isoladas e exigem soluções complexas e coletivas. Assim como nos ajuda na compreensão da importância da defesa do SUS público, gratuito, equânime e de qualidade.

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