Genitorialidade LGBT+: educação e saúde navegando em águas marginais

Abstract

A presente dissertação se propôs a um navegar em águas marginais, onde o navegar é o processo de pesquisa e as águas marginais são as vivências de pais e mães LGBT+. “Águas marginais” é um conceito da geologia transposto originalmente por esta dissertação à Educação em Saúde, tendo em vista construir uma imagem ao pensamento em processos inclusivos da diversidade em instituições de base à promoção da vida, como escolas e unidades de saúde. Encontrando estas águas, descobrimos e construímos o conceito de “Genitorialidade LGBT+” (originário do termo italiano “genitorialitá”), discutindo parentalidade, homoparentalidade e as diversas configurações familiares envolvendo pessoas e casais LGBT+ com filhos e filhas. Pessoas e casais LGBT+ podem adotar ou gestar seus filhos e filhas no interior do casal ou com a participação de uma terceira pessoa que pode doar sêmen ou gestar. É no bojo de uma “política da parentalidade” que se inscreve a Genitorialidade LGBT+. Consideradas estas águas e construindo esta navegação, reconhecemos os territórios da Educação Básica (escolas infantis e escolas de ensino fundamental) e da Atenção Básica (unidades básicas de saúde/Estratégia Saúde da Família). Objetivando tematizar a Genitorialidade LGBT+, empreendemos uma pesquisa de método exploratório e descritivo, usando das ferramentas da NETnografia. Esperamos ter aberto um campo reflexivo e um campo pragmático ao pensamento, isto é, termos colocado em cena uma questão aos processos inclusivos na educação e na saúde. Estruturamos e realizamos uma busca em diversos ambientes virtuais de comunicação, buscando a Genitorialidade LGBT+. Pessoas e casais LGBT+ têm filhos, mas como vivem essa experiência quando buscam engravidar e quando buscam matricular os filhos e filhas na escola, não apenas adotar? O ponto de chegada da pesquisa é a sua tematização para pesquisas que venham a se suceder (hipo-teses), contudo demonstrando que tais águas marginais fustigam a zona costeira, erodindo pensamentos e concepções sedimentadas, alterando a linha da costa (os saberes e fazeres em educação e em saúde). Ao darmos existência ao tema da Genitorialidade LGBT+, ampliamos a tensão nas águas marginais, estimando ondas sobre a praia e erosão de suas rochas com intuito de gerar pesquisas acadêmicas. Descobrimos o quão pouco se fala e se pesquisa quanto à vivência de pais e mães LGBT+, contudo essas pessoas buscam (precisam buscar) escolas e a saúde da família. É fundamental mudarmos nossa forma de ver, escutar e sentir o outro, o que soa diferente, o que está nas águas marginas e fustiga nossa costa em busca de acolhimento e recombinação por processos inclusivos vivos e respeitosos da diversidade da vida. Aquilo que a vida quer de nós é que aprendamos com a vida.

Questa tesi di master di ricerca è stata proposta per navigare in acque marginali, dove la navigazione è il processo di ricerca e le acque marginali sono le esperienze di padri e madri LGBT+. “Acque marginali” è un concetto della geologia originariamente trasposto da questa tesi all'educazione in salute, al fine di costruire un'immagine per il pensiero di processi inclusivi di diversità nelle istituzioni che sono la base per la promozione della vita, come le scuole e le unità sanitarie. Incontrando queste acque, abbiamo scoperto e costruito il concetto di “Genitorialità LGBT+” (in portoghese sarebbe “parentalidade/parenting”), discutendo di genitorialità, omogenitorialità e delle varie configurazioni familiari che coinvolgono persone LGBT+ e coppie con figli e figlie. Le persone e le coppie LGBT+ possono adottare o gestare i loro figli e figlie all'interno della coppia o con la partecipazione di una terza persona che può donare il seme o portare la gravidanza. Siamo nel bel mezzo di una “politica genitoriale” in cui è iscritta la Genitorialità LGBT+. Considerando queste acque e costruendo questa navigazione, riconosciamo i territori dell'Educazione primaria (scuole materne e elementari) e della Cura primaria (unità sanitarie di base/Strategia Salute della Famiglia). Con l'obiettivo di tematizzare la Genitorialidade LGBT+, abbiamo intrapreso una ricerca esplorativa e descrittiva, utilizzando strumenti di NETnografia. Auspichiamo di aver aperto un campo riflessivo e un campo pragmatico al pensiero, ossia di aver sollevato una domanda sui processi inclusivi nell'educazione e nella salute. Abbiamo strutturato e condotto una ricerca in diversi ambienti virtuale di comunicazione, ricercando la Genitorialità LGBT+. Le persone e le coppie LGBT+ hanno figli, ma come vivono questa esperienza quando cercano di rimanere incinte e quando cercano di iscrivere i loro figli e figlie a scuola, non solo adottare? Il punto di arrivo della ricerca è offrire temi per le ricerche che verranno (ipo-tesi), dimostrando tuttavia che tali acque marginali fustigano la fascia costiera, erodendo pensieri e concezioni sedimentate, alterando la linea della costa (conoscenze e azioni nell'educazione e nella salute). Dando esistenza al tema della Genitorialidade LGBT+, aumentiamo la tensione nelle acque marginali, supponendo onde sulla spiaggia e erosione delle sue rocce, al fine di generare ricerca accademica. Abbiamo scoperto quanto poco si parli e si facciano ricerche sull'esperienza dei padri e delle madri LGBT+, eppure queste persone cercano (hanno bisogno di cercare) scuole e salute della famiglia. È fondamentale cambiare il nostro modo di vedere, ascoltare e sentire l'altro, ciò che suona differente, ciò che è nelle acque marginali e fustiga la nostra costa alla ricerca di accoglienza e ricombinazione attraverso processi inclusivi vivi e rispettosi della diversità della vita. Quello che la vita vuole da noi è che apprendiamo con la vita.