O futuro está presente : sobre imagens da exploração espacial na arte contemporânea

Abstract

O presente trabalho tem como objetivo realizar uma análise crítico-reflexiva sobre produções artísticas contemporâneas que expõem questões acerca da exploração espacial na atualidade. Considera-se que os trabalhos abordados apresentam imaginações utópicas ou distópicas do futuro, o que leva à elaboração tanto de uma abordagem quanto de uma metodologia baseadas no gênero de ficção-científica, e que são desenvolvidas a partir dos estudos de Darko Suvin e Dan Byrne-Smith. Embora representem futuros imaginados, as obras contém relações diretas com o passado, o que possibilita tensionar as noções e representações de história e futuro existentes em tais trabalhos, ao entendê-los como espaços-tempos vernaculares, isto é, lugares ou eventos próprios de cada obra e artista. Para tanto, busco revisar criticamente a história hegemônica da exploração espacial em contraposição com as imaginações de futuros distintos encontradas nos trabalhos abordados, procurando compreender suas relações com o tempo presente, para que seja possível identificar como, de onde e por que despontam as temporalidades utópicas ou distópicas nas produções artísticas contemporâneas a respeito da exploração espacial.

The present work aims at elaborating a critical and reflective analysis about contemporary artistic productions that expose pressing issues on space exploration. I consider that the studied artworks present utopian or dystopian imaginations of/on the future, which leads to the elaboration of an approach as well as a methodology based on the science fiction genre which are developed departing from Darko Suvin's and Dan Byrne-Smith's studies. Although they represent imagined futures, the artworks contain direct relationships with the past, which allows us to unsettle the existing notions and representations of history and future in such works by understanding them as vernacular timespaces, meaning places or events particular to each artwork and artist. In order to achieve it, I seek to critically revise the hegemonic history of space exploration in contrast with the imagination of distinct futures found in the approached artworks, trying to understand its relationships with present time, so that it might be possible to identify how, whence and why utopian or dystopian temporalities arise in contemporary artworks regarding space exploration.