A influência do dispositivo intrauterino com cobre e do sistema liberador de levonorgestrel na função sexual feminina

Abstract

Introdução: A função sexual é multifatorial, sofrendo influência de diversos fatores, entre eles, os anticoncepcionais de ação sistêmica. No entanto, pouco se sabe ainda sobre o efeito dos dispositivos intrauterinos na função sexual feminina. Objetivo: Avaliar a função sexual de mulheres, antes e após a inserção de dispositivo intrauterino com cobre e do sistema intrauterino liberador de levonorgestrel. Método: estudo de coorte prospectivo com mulheres na menacme, usuárias de dispositivos intrauterinos, avaliadas para a função sexual antes e após seis meses da inserção dos dispositivos. Resultados: Foram estudadas 51 mulheres, entre 18 e 40 anos, com idade média de 29 anos, no ambulatório de planejamento familiar, elegíveis para a inserção de dispositivos intrauterinos (DIU) de cobre ou de do sistema intrauterino liberador de levonorgestrel (SIU-LNG). Na reavaliação após seis meses da inserção dos dispositivos, 17 participantes do grupo cobre (73,9%) e 34 do grupo SIU-LNG (65,4%) responderam os questionários. A função sexual das participantes foi avaliada através do FSFI, apresentando escore total no grupo cobre de 24.5 e 25.9, e no grupo SIU-LNG de 23.05 e 25.15, antes e após seis meses da inserção, respectivamente, sem diferença significativa. No entanto, no domínio da satisfação sexual, enquanto as usuárias de SIU-LNG mantinham o escore inalterado, observou-se o aumento significativo no domínio da satisfação após a inserção do dispositivo no grupo cobre (corrigida pelo método de Tukey). Conclusão: A função sexual de mulheres em uso de DIU de cobre não diferiu das usuárias de SIU-LNG, quando avaliadas seis meses após a inserção dos dispositivos, considerando o escore total de FSFI. No entanto, as usuárias de DIU de cobre apresentaram uma melhora da satisfação sexual após esse período. Esse achado traz ao cenário da contracepção uma possível alternativa quando usuárias do SIU-LNG queixarem-se de impacto negativo na sexualidade.

Introduction: Sexual functioning is multifactorial. It suffers influence from multiple factors, among them, there are systemic contraceptives. However, little is known about the effects of intrauterine devices on female sexual function. Aim: Assess sexual function of women pre and post copper-bearing intrauterine device insertion and the intrauterine levonoorgesterel-relasing system. Method: A prospective cohort study with women during menacme, users of intrauterine devices, assessed in terms of sexual function before and after six months the device insertion. Results: 51 women were assessed aged between 18 and 40, average of 29 years old, in the outpatient setting of family planning, eligible for the insertion of intrauterine devices (IUD) copper-bearing or levonorgestrel releasing (IUS-LNG). In the follow-up, after 6 months of the device insertion, 17 participants from the copper group (73,9%) and 34 from IUS-LNG (65,4%) answered the questionnaires. Sexual function from patients was assessed through FSFI, presenting total score in the copper group of 24.5 and 25.9, and the SIU-LNG of 23.05 and 25.15, before and after six months of the insertion, respectively, without significant differences. However, in the field of sexual satisfaction, while SIU-LNG users maintained an unaltered score, it was observed significant increase in the field of satisfaction after the device insertion in the copper group (corrected by Turkey method). Conclusion: Sexual function of women in the use of copper IUD doesn’t differ from IUS-LNG, when assessed after 6 months after the insertion of devices, considering the total FSFI score. However, users of copper IUD present improvement of sexual satisfaction after such period. This finding, although minor, brings to the contraception scenario a possible alternative when users of IUS-LNG complain of the negative impact on sexuality.