A repercussão da violência social no cotidiano escolar

Abstract

A dissertação propôs analisar a repercussão da violência social no cotidiano escolar, a partir de uma pesquisa empírica. O estudo foi realizado em uma escola da rede municipal de Porto Alegre, situada no Loteamento Cavalhada, zona sul da cidade. Tratou-se de uma pesquisa participante com alunos de Turmas de Progressão do I Ciclo, cujas idades variam entre oito a quatorze anos. Os procedimentos realizados foram observações dos alunos dentro e fora da sala de aula, entrevistas com pais, alunos e professores, bem como com algumas pessoas representativas da comunidade. A investigação propôs compreender como as diferentes manifestações da violência interferem - ou não - no cotidiano da escola, nas suas relações e no processo de aprendizagem. Diferentes autores, principalmente Elias e Arendt, deram aporte teórico para entender as concepções de violência dos pais, alunos e professores, assim como a relação que estes têm com a escola. Concluiu que a violência interfere na aprendizagem, mas não é o fator predominante no avanço ou não -- do aluno. Existem alunos que vivenciam situações de violência, mas, no entanto, conseguem progredir na escola, assim como aqueles que não progridem, nem sempre estão envolvidos com esse tipo de situação.

This dissertation analyses the repercussion of social violence in school routines, from an empirical research. This study was carried out in a municipal school, situated in a lot called Cavalhada, southern region of Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brazil. lt's a participating research with students inside and outside classroom, interviews with parents, students and teachers, as well as with representative people in the community. This investigation proposes an understanding of how different manifestations of violence interfere - or not - with everyday school, its relations and the learning process. Different authors, mainly Elias and Arendt, are mentioned as theoretical support for our understanding of violence concepts by parents, students and teachers, and their relations with school as well. As a conclusion, we can say that violence interferes with learning process, but it is not the most relevant factor in the students' progess/non-progress. Some students experience violence situations and even so, they are able to progress in school, whereas others don't have contact with violence, but show poor progress in their school lives.