Incidência de displasia broncopulmonar e seus fatores de risco em recém-nascidos pré-termo de baixo peso em uma UTI neonatal em um hospital público universitário do Sul do Brasil

Abstract

Introdução: A displasia broncopulmonar (DBP) é uma doença respiratória crônica que afeta predominantemente crianças nascidas prematuramente. O avanço do cuidado perinatal aumentou a sobrevida dos recém-nascidos prematuros extremos; porém, a incidência de DBP não diminuiu(1). A incidência de DBP tem aumentado em parte pelo aumento da sobrevivência dos prematuros extremos nascidos com baixo peso, pois tem relação inversa com o peso de nascimento e a idade gestacional(2). Objetivos: Definir a incidência de displasia broncopulmonar e os fatores de risco associados ao seu desenvolvimento nos recém-nascidos pré-termo de baixo peso avaliados com 36 semanas de idade cronológica. Metodologia: Trata-se de coorte prospectiva de PMT nascidos com menos de 33 semanas de IG, e com peso entre 500 e 1500g. Os critérios de exclusão foram: cardiopatias congênitas (exceto ducto arterioso patente, forame oval patente e comunicação interventricular < 2mm), anomalias congênitas letais, hérnia diafragmática congênita, hipoplasia pulmonar e hipertensão pulmonar persistente do recém-nascido. DBP foi definida como a necessidade de suporte ventilatório para manter saturação de oxigênio entre 90-95% na IG corrigida de 36 semanas. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do HCPA. Resultados: Foram incluídos na análise 87 pacientes, 33 meninos (37,9%) e 54 meninas (62,1%). De toda a amostra, 23 foram classificados como tendo diagnóstico de DBP (26,4%); 64 foram classificados como não tendo DBP (73,6%). A sepse foi fator de risco encontrado em 91,3% (n = 21) dos pacientes que apresentaram diagnóstico de DBP (p = 0,04). O ducto arterioso patente foi identificado aos 7 dias de vida em 33 pacientes. Desses, 56,5% (n = 13) estava no grupo com DBP (p = 0,045). Quanto menor a IG, maior o risco de desenvolvimento de DBP. Sendo que o aumento de cada semana reduz o risco de desenvolvimento de DBP em 29% (p = 0,028, OR 0,71 IC 0,53-0,96).

Introduction: Bronchopulmonary dysplasia (BPD) is a chronic respiratory disease that predominantly affects children born prematurely. Advances in perinatal care have increased the survival of extremely premature newborns; however, the incidence of BPD has not decreased(1). The incidence of BPD has increased in part due to the increased survival of extremely premature infants born with low birth weight, as it has an inverse relationship with birth weight and gestational age(2). Objectives: To define the incidence of bronchopulmonary dysplasia and the risk factors associated with its development in low birth weight preterm newborns evaluated at 36 weeks of chronological age. Methodology: This is a prospective cohort of PMT born with less than 33 weeks of GA, and weighing between 500 and 1500g. Exclusion criteria were: congenital heart disease (except patent ductus arteriosus, patent foramen ovale and ventricular septal defect <2mm), lethal congenital anomalies, congenital diaphragmatic hernia, pulmonary hypoplasia and persistent pulmonary hypertension of the newborn. BPD was defined as the need for ventilatory support to maintain oxygen saturation between 90-95% at 36-week corrected GA. The study was approved by the Research Ethics Committee of the HCPA. Results: A total of 87 patients were included in the analysis, 33 boys (37.9%) and 54 girls (62.1%). Of the entire sample, 23 were classified as having a diagnosis of BPD (26.4%); 64 were classified as not having BPD (73.6%). Sepsis was a risk factor found in 91.3% (n = 21) of patients diagnosed with BPD (p = 0.04). The patent ductus arteriosus was identified at 7 days of life in 33 patients. Of these, 56.5% (n = 13) were in the BPD group (p = 0.045). The lower the GI, the greater the risk of developing BPD. As each week's increase reduces the risk of developing BPD by 29% (p = 0.028, OR 0.71 CI 0.53-0.96).