Resposta satisfatória ao uso de clozapina no controle da agitação e agressividade em um adolescente de 16 anos com deficiência intelectual grave : um relato de caso
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Data
2023Autor
Orientador
Nível acadêmico
Especialização
Resumo
A deficiência intelectual (DI) compromete as habilidades envolvidas no nível global de inteligência. Apresenta quatro níveis de gravidade, de acordo com a magnitude do atraso de desenvolvimento no funcionamento intelectual, nos déficits na função adaptativa social e do quociente de inteligência. Além das dificuldades de aprendizado dos indivíduos com DI, o comportamento desafiador e agressivo também é comum, sendo um problema significativo desde a infância até a vida adulta e ocorrendo em ...
A deficiência intelectual (DI) compromete as habilidades envolvidas no nível global de inteligência. Apresenta quatro níveis de gravidade, de acordo com a magnitude do atraso de desenvolvimento no funcionamento intelectual, nos déficits na função adaptativa social e do quociente de inteligência. Além das dificuldades de aprendizado dos indivíduos com DI, o comportamento desafiador e agressivo também é comum, sendo um problema significativo desde a infância até a vida adulta e ocorrendo em todos os níveis de DI, especialmente nos casos mais graves. A clozapina é um antipsicótico atípico cuja superioridade foi demonstrada no tratamento da esquizofrenia em adultos, inclusive em casos de refratariedade, bem como na redução da agressividade e do risco de suicídio em esquizofrênicos. Estudos também já encontraram efeitos positivos desta medicação no transtorno bipolar, na psicose associada aos antiparkinsonianos e na discinesia tardia induzida por antipsicóticos. Apesar disso, a clozapina tem sido subutilizada por inúmeras razões, dentre elas os efeitos adversos potencialmente graves, à dificuldade em iniciá-la de forma segura e à necessidade de monitorização sanguínea regular, o que culmina no uso de outros antipsicóticos em doses altas, muitas vezes em polifarmácia. Apesar da comprovada eficácia da clozapina principalmente na esquizofrenia, existem poucos estudos demonstrando seu uso em outras psicopatologias, sendo este número ainda menor na população pediátrica. Com base nisto, reporta-se o caso de um adolescente de 16 anos de idade com DI grave e epilepsia, secundárias a uma malformação cerebral (embriopatia diabética), em acompanhamento ambulatorial num hospital terciário de Porto Alegre-RS, que obteve uma resposta satisfatória no controle da agitação e agressividade com o uso da clozapina, bem como uma boa tolerabilidade ao uso da medicação. As fontes de informações sobre o caso foram coletadas dos pais e do prontuário eletrônico do paciente. O embasamento teórico da discussão foi realizado com artigos extraídos do Pubmed e Embase. Concluiu-se que a clozapina parece ser segura, eficaz e bem tolerada em indivíduos com alterações comportamentais relacionadas à DI e que mais estudos são necessários para reforçar o embasamento dessa associação. ...
Instituição
Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Curso de Programa de Residência Médica em Psiquiatria da Infância e Adolescência.
Coleções
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Ciências da Saúde (1508)
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