Confusion Assessment Method (CAM) como preditora de desfechos clínicos em pacientes admitidos em um serviço de emergência

Abstract

Objetivo Verificar se o instrumento Confusion Assessment Method (CAM) é preditor de mortalidade intra-hospitalar e outros desfechos em pacientes idosos, admitidos em um Serviço de Emergência. Métodos: Estudo de coorte retrospectiva, envolvendo pacientes com idade a partir de 75 anos, admitidos em Serviço de Emergência entre janeiro de 2021 a dezembro de 2021, em um hospital do Sul do Brasil. Regressão de Poisson com variância robusta foi realizada para estimar os fatores preditores da ocorrência dos desfechos estudados. Resultados: Incluídos 2198 pacientes, a média de idade foi de 81,91 anos (±5,1), sendo 53,1% mulheres. A incidência de delirium na admissão foi de 15,9%. As variáveis foram associadas a mortalidade foram: gravidade de classificação de risco pelo Sistema de Triagem de Manchester "Muito Urgente” (RR= 2,25; IC= 1,70-3,00; p≤ 0,001), CAM positivo na realizado na admissão do Serviço de Emergência (RR= 1,99; IC= 1,67-2,38; p≤ 0,001) e carga tripla de comorbidades (RR= 311; IC= 2,27-4,27; p≤ 0,001). As variáveis preditoras de internação hospitalar prolongada foram: escolaridade “mais de 13 anos de estudo” (RR= 1,31; IC= 1,09-1,57; p≤ 0,001) e CAM positivo na reavaliação (RR= 1,23; IC= 1,10-1,37; p= 0,001) e as variáveis preditoras de internação em Unidade de Terapia Intensiva foram: procedência de outro estado (RR= 29,92; IC= 19,07-46,95; p≤ 0,001), prioridade da classificação de risco “muito urgente” definida pelo Sistema de Triagem de Manchester (RR= 1,72; IC= 1,11-2,65; p≤ 0,001) e CAM positivo na reavaliação (RR= 1,58; IC= 1,16-2,15; p= 0,005). Conclusão: A classificação de risco “Muito Urgente”, paciente com CAM positivo realizado na admissão e carga tripla de comorbidades foram preditoras de mortalidade hospitalar por todas as causas.

Objective: To verify whether the Confusion Assessment Method (CAM) instrument is a predictor of in-hospital mortality and other outcomes in elderly patients admitted to an Emergency Service. Methods: Retrospective cohort study, involving clinical patients, aged 75 years and over, admitted to the emergency department requiring hospitalization between January 2021 and December 2021, in a hospital in Southern Brazil. Poisson regression with robust variance was performed to estimate the predictive factors for the occurrence of the studied outcomes. Results: Including 2198 patients, the mean age was 81.91 years (±5.1), 53.1% of which were women. The incidence of delirium on admission was 15.9%. The variables associated with mortality were: severity of risk classification by the "Very Urgent" Manchester Triage System (RR= 2.25; CI= 1.70-3.00; p≤ 0.001), positive CAM in the admission to the Emergency Service (RR= 1.99; CI= 1.67-2.38; p≤ 0.001) and triple burden of comorbidities (RR= 3.11; CI= 2.27-4.27; p≤ 0.001) The predictive variables of prolonged hospitalization were: schooling “more than 13 years of study” (RR= 1.31; CI= 1.09-1.57; p≤ 0.001) and positive CAM at reassessment (RR= 1. 23; CI= 1.10-1.37; p= 0.001) and the predictive variables for admission to the Intensive Care Unit were: coming from another state (RR= 29.92; CI= 19.07- 46.95; p≤ 0.001), “very urgent” risk classification priority defined by the Manchester Triage System (RR= 1.72; CI= 1.11-2.65; p≤ 0.001) and positive CAM at reassessment (RR= 1.58; CI= 1.16-2.15; p= 0.005). Conclusion: The “Very Urgent” risk classification, positive CAM patient performed on admission, and triple burden of comorbidities were predictors of all-cause in-hospital mortality.