O papel moral da simpatia na fundamentação da Metafísica dos costumes e na A metafísica dos costumes de Kant
Fecha
2022Tutor
Nivel académico
Doctorado
Tipo
Materia
Resumo
A presente tese tem por objetivo determinar qual pode ser, para Kant, o papel moral da simpatia na Fundamentação da Metafísica dos Costumes (GMS) e na Metafísica dos Costumes (MS). O agir moral tanto na GMS quanto na MS é aquele em que o indivíduo tem a sua vontade determinada unicamente pela lei moral, com a exclusão de quaisquer inclinações sensíveis ou sentimentos enquanto fundamento de determinação da vontade ou incentivo. Muito embora seja este o sentido de moralidade presente em ambas as ...
A presente tese tem por objetivo determinar qual pode ser, para Kant, o papel moral da simpatia na Fundamentação da Metafísica dos Costumes (GMS) e na Metafísica dos Costumes (MS). O agir moral tanto na GMS quanto na MS é aquele em que o indivíduo tem a sua vontade determinada unicamente pela lei moral, com a exclusão de quaisquer inclinações sensíveis ou sentimentos enquanto fundamento de determinação da vontade ou incentivo. Muito embora seja este o sentido de moralidade presente em ambas as obras isso não significa que não possamos ter a presença de inclinações sensíveis na ação moral em Kant, desde que o dever tenha sido aquele que determinou a vontade do indivíduo. Não apenas podemos ter a presença de inclinações sensíveis na ação moral como também as emoções poderão cumprir um papel moral em Kant. Nesse sentido, a presente tese, apoiada na análise do texto kantiano e em diferentes comentadores, irá sustentar que na GMS Kant não trata de qualquer papel moral da simpatia, enquanto na MS a simpatia aparece como um valor moral. Assim, pretendemos mostrar que, desde que limitada pelo dever, a simpatia pode ter um papel moral como (1) substituto do dever, (2) facilitador e (3) perceptivo. A simpatia cumpre um papel moral como (1) substituto do dever na medida em que ela faz com que sejamos capazes de agir meramente em conformidade com o dever, quando este não for suficiente para tanto, (2) facilitador considerando que ela diminui os nossos obstáculos sensíveis ao cumprimento do dever e (3) perceptivo uma vez que ela nos ajuda a identificar com mais eficiência onde a ação moral é necessária. Na medida em que o dever de perfeição própria na MS nos ordena que devemos progredir moralmente para a determinação da nossa vontade pelo dever, tal dever de perfeição engloba o dever de cultivo da simpatia nos seus três papéis morais citados, pois ao fazerem com que sejamos capazes de agir meramente em conformidade com o dever, ao diminuírem os nossos obstáculos sensíveis ao agir pelo dever e ao fazerem com que identifiquemos com mais facilidade onde a ação moral é necessária, a simpatia pode contribuir para o nosso progresso moral. ...
Abstract
This dissertation aims to determine the moral role of sympathy in Kant’s Groundwork to the Metaphysics of Morals (GMS) and Metaphysics of Morals (MS). Moral action in both GMS and MS is one in which the individual has his will determined solely by the moral law, with the exclusion of any sensible inclinations or feelings as an incentive or ground of determination of the will. Even though this is the sense of morality present in both works, this does not mean that we cannot have the presence of ...
This dissertation aims to determine the moral role of sympathy in Kant’s Groundwork to the Metaphysics of Morals (GMS) and Metaphysics of Morals (MS). Moral action in both GMS and MS is one in which the individual has his will determined solely by the moral law, with the exclusion of any sensible inclinations or feelings as an incentive or ground of determination of the will. Even though this is the sense of morality present in both works, this does not mean that we cannot have the presence of sensible inclinations in moral action according to Kant, as long as duty is what determines the will. Not only can we have the presence of sensible inclinations in moral action, but feelings can also play a moral role in Kant. The present dissertation will argue that in GMS, Kant does not present any moral role for the feeling of sympathy, while in MS sympathy, as long as limited by duty, will be granted a moral status. We will argue that this role can be described as (1) substitute for duty, (2) facilitator and (3) perceptive. Sympathy has moral role as (1) substitute for duty insofar as it may enable us to act in conformity with duty, when we fail to act by duty, (2) facilitator considering that it lessens our sensible obstacles to the performance of duty, and (3) perceptive since it makes the individual perceive more efficiently where moral action is needed. Insofar as the duty of selfperfection in MS commands us that we must progress morally towards being determined by duty, this duty of self-perfection includes the duty to cultivate sympathy with the three moral roles mentioned, because by making us capable from act merely in conformity with duty, by lessining our sensible obstacles to act from duty and by making us more easily identify where moral act is needed, sympathy contribute to our moral progress. ...
Institución
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Instituto de Filosofia e Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em Filosofia.
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