Yoga na aprendizagem : um complemento à educação formal

Abstract

O yoga, além de ser uma terapia corporal, mental e espiritual, pode ser utilizada como ferramenta potencializadora ao desenvolvimento escolar, entretanto ainda carecem evidências concretas de seu impacto para crianças. Este estudo teve como objetivo investigar o efeito de um programa de Yoga aplicado em crianças com idade entre 6 e 8 anos. O programa foi aplicado no contra turno escolar das crianças para observar o desempenho motor, a percepção de competência e as funções executivas (controle inibitório, memória de trabalho e flexibilidade cognitiva). Participaram do estudo 24 crianças, organizadas em duas turmas de acordo com a decisão dos pais, de intervenção e de controle, ambas do 1° ano do Ensino Fundamental de uma escola de Porto Alegre. A intervenção durou 12 semanas, com aulas de 50 minutos, duas vezes por semana. Para a avaliação do desempenho motor foi utilizada a forma reduzida do Bruininks-Oseretsky Test of Motor Proficiency – 2° Edition – Brief Form (BOT-2 Brief Form) (BRUININKS; BRUININKS, 2005). Para avaliar a percepção de competência foi utilizada a escala pictórica de competência percebida e aceitação social para crianças pequenas (HARTER; PIKE, 1984). E, para avaliar as funções executivas, foram utilizados: paradigma GO / No-Go, para controle inibitório (SARTORI; VALENTINI; FONSECA, 2019); tarefa Odd One Out, para memória de trabalho e teste de trilhas, para flexibilidade cognitiva (SEABRA; MARTINS; CAPOVILLA, 2012). Os resultados mostraram melhora positiva e significativa, na coordenação bilateral, no equilíbrio, na velocidade e agilidade, na força e na memória de trabalho para o grupo intervenção em relação ao grupo controle.

Yoga, in addition to being a body, mental and spiritual therapy, can be used as a potential tool for school development, but there is still no concrete evidence of its benefit for children. This study aimed to investigate the effect of a yoga program applied to children aged 6 to 8 years. The program was applied to the children's school shift to observe motor performance, perception of competence and executive functions (inhibitory control, working memory and cognitive flexibility). Twenty-four children participated in the study, organized in two groups according to their parents' decision, intervention and control, both from the 1st year of elementary school of a Porto Alegre. The intervention lasted 12 weeks, with 50-minute classes twice a week. Motor performance was evaluated using the reduced form of the Bruininks-Oseretsky Test of Motor Proficiency - 2nd Edition - Brief Form (BOT-2 Brief Form) (BRUININKS; BRUININKS, 2005). To assess the perception of competence, the pictorial scale of perceived competence and social acceptance for young children was used (HARTER; PIKE, 1984). And, to evaluate executive functions, we used: GO / No-Go paradigm, for inhibitory control (SARTORI; VALENTINI; FONSECA, 2019); Odd One Out task, for working memory and trail testing, for cognitive flexibility (SEABRA; MARTINS; CAPOVILLA, 2012). The results showed positive and significant improvement in bilateral coordination, balance, speed and agility, strength and working memory for the intervention group compared to the control group.