Da construção da subjetividade a produção textual

Abstract

Este estudo originou-se da preocupação do autor, como docente de Língua Portuguesas em detectar a causa pela qual os alunos encontram tanta dificuldade na elaboração de textos. Partindo do pressuposto de que a produção textual é trabalho de sujeitos (Geraldi., 1991) e respaldando-se teoricamente na concepção freireana de educação e no sociointeracionismo lingüístico, o estudo parte da hipótese de que, pelas condições, pelo modo, pelos objetivos e conteúdos de ensino desenvolvidos em sala de aulas o aluno não estaria construíndo sua subjetividade, condição essencial para a autoria de texto. Pela observação de aulas de Português em séries de 1. e 2. graus numa escola de bairro periférico de Porto Alegre e por entrevistas com professores e alunos dessas séries, o autor chegou à construção de três categorias básicas: gramaticalização do ensino, tarefismo com rotina e prática antidialógica, procedimentos didático-pedagógicos que caminham e encaminham no sentido inverso da conscientização e da interação, sinonímia de assunção da subjetividade, tudo levando à domesticação, à colonização das mentes, à negação do sujeito, incapacitado de construir sentido, de construir texto, seu texto. Situa na formação do professor o ponto nevrálgico para a superação desse quadro: é condição primeira e necessária, embora não suficiente, que o professor se construa como sujeito para que possa se constituir agente de transformação.

This study had its origin in the author's preocupation, as teacher and lecturer of Portuguese language with detecting the reason why students face se much difficulty in writing texto. The writer assumem that text writing is ''work of Subjects'' (Geraldi., 1991). The study is theoretically based upon the freirean educational conception and linguistic sociointeractionism; it starts from the assumption that, for the conditions, for the manner, for the aims and contents of teaching developed within a classroom, the student would not be building up his subjectivlty, essential condition to the authorship of a text. By observaing classes of portuguese in primary and secondary levels at suburban school and by interviews with teachers and students from different levels, the author has constructed three basic categories: Gramnaticalization of the teaching; repeated everyday tasks as routine and antidialogical practise, didatic-pedagogical procedures which go and drive to a path opposing the awareness and interaction; subjective assumption synonymy, everything leading to the taming, to the colonization of minds, to the negation of the subject, who is uncapable of structuring meaning, of making a text - his text. It is proposed that teacher formation is the punctilio to overcome this situation: it is a necessary first condition, although not sufficient, that the teacher should build hilmself up as subject, so that he may also build himself up as an agent of changing.

Este estudio se originó de la preocupación del autor, como docente de Lengua Portuguesa, en detectar la causa por la cual los alumnos encuentran tanta dificultad en la elaboracilón de textos. Teniendo en cuenta la presuposición de que la producción textual es un trabajo de sujetos (Geraldi, 1991) y respaldándose en la concepción de educación propuesta por Paulo Freire, asociada a la interacción social del lenguaje, el estudio parte de la hipóteses de que, por las condicionem, por el modo, por los objeti.vos y contenidos de enseãanza desarrollados en clase. el alumno no estaria construyendo su subjetividad, condición esencial para la autoria del texto. A través de la observación de clases de Lengua Portuguesa en la enseñanza primaria y secundaria en una escuela de un barrio periférico de Porto Alegre y de encuestas hechas con profesores y alumnos de estas niveles, el autor llegó a la construcción de tres categorias basicas: gramaticalización de la enseñanza, tareas (''tarefismo'') como rumina y práctica antidialógica, procedimientos didáctico-pedagógicos que caminan y encaminan en sentido invertido de la concientización y de la interacción, sinonimia de asunción de la subjetividad, llevando a la domesticación, a la colonización de las mentes, a la negación del sujeto, incapaz de construir sentido, de construir texto, su texto. Sitúa en la formación del profesor el punto neurálgico para la superación de ese cuadro y propone como condición básica y necesaria, aunque no suficiente, que el profesor se construía como sujeto para pueda construirse como agente de transformación.