Observando o invisível

Abstract

O atual trabalho tem como objetivo a análise de uma oficina na qual estudantes do nono ano tiveram liberdade artística para elaborar explicações de fenômenos físico-químicos a nível atômico e os conceitos envolvidos através de desenhos, sendo eles: a combustão, a solubilização, a passagem de estado físico e reações de oxirredução. Essa oficina seguiu os critérios de um estudo de caso em que foi apresentada a importância e a problemática do uso das representações e utilizou a estratégia de estudo de tarefa individual. A análise desses desenhos foi feita utilizando, principalmente, a teoria de Gaston Bachelard para entender os possíveis obstáculos epistemológicos presentes nas representações, mas a teoria cognitiva de Jean Piaget e a teoria de ensino de David Ausubel vieram ao encontro para auxiliar no entendimento do momento cognitivo do estudante e para pensar em formas de contemplar uma aprendizagem significativa. A grande amostragem de trabalhos fornecem um amplo espectro de análises em que podemos observar exemplos clássicos dos obstáculos epistemológicos realista, animista, verbal e substancialista; inferências sobre qual a abstração o estudante realizou, podendo ser a partir de um objeto ou de uma ideia; e, por fim, com qual tipo de aprendizagem o estudante chegou na oficina, se foi com uma por assimilação ou significativa. Esse trabalho cria um precedente para futuras sequências didáticas em que o estudante seja o centro das atenções durante as aulas para realizar atividades que, mediadas pelo professor, destaquem possíveis obstáculos que apareçam no processo de ensino-aprendizagem, seja reconhecida sua capacidade cognitiva para ser desenvolvidas aulas que oportunizem a presença da aprendizagem significativa.

The current essay aims to analyze a workshop in which ninth-grade students had artistic freedom to elaborate explanations of physical-chemical phenomena at the atomic level and the concepts involved through drawings, namely: combustion, solubilization, state change physical and redox reactions. This workshop followed the criteria of a case study in which the importance and problems of using representations were presented and used the individual task study strategy. The analysis of these drawings was made using, mainly, the theory of Gaston Bachelard to understand the possible epistemological obstacles present in the representations, but the cognitive theory of Jean Piaget and the teaching theory of David Ausubel came together to assist in the understanding of the cognitive moment of the student and to think of ways to contemplate a meaningful learning. The large sampling of works provides a wide spectrum of analysis in which we can observe classic examples of realistic, animistic, verbal and substantialist epistemological obstacles; inferences about which abstraction the student made, which may be based on an object or an idea; and, finally, with what type of learning did the student arrive at the workshop, whether it was with assimilation or meaningful one. This work creates a precedent for future didactic sequences in which the student is the center of attention during classes to perform activities that, mediated by the teacher, highlight possible obstacles that appear in the teaching-learning process, their cognitive ability is recognized in order to create classes that allow the presence of meaningful learning.