Dois retratos da AIDS em duas épocas : estudo sobre a cobertura efetuada pelo Correio de Gravataí

Abstract

A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) apareceu pela primeira vez em 1981, nos Estados Unidos. Aqui no Brasil, a doença chegou primeiro através das notícias na imprensa, que depois acompanhou por várias vezes o drama dos infectados. Não foi diferente em Gravataí, cidade da Região Metropolitana de Porto Alegre, Rio Grande do Sul. No ano de 1985, o Correio de Gravataí mostrou em suas páginas a história de Luiz Cardoso, o primeiro portador de AIDS a casar. Vinte anos depois, a síndrome volta às manchetes do jornal, com a denúncia de que uma menina soropositiva foi discriminada pelos colegas, seguida de uma série de reportagens sobre a “cara” da AIDS no município. Este trabalho se propôs a analisar como o Correio de Gravataí falava dessa doença em 1985, como falou em 2005, e o que mudou entre as duas épocas. Concluiu-se que as matérias ficaram mais claras e objetivas, mas continuaram faltando informações básicas sobre a doença. Ou seja, o jornal não conseguiu cumprir plenamente a missão de informar e educar. Também verificou-se que os entrevistados deixaram de ser tratados como vítimas da AIDS. Agora, eles são vítimas do preconceito que ainda existe com força na sociedade.