"It didn’t happen that way" : the role of narrative inconsistencies in Margaret Atwood's dystopia The handmaid's tale

Abstract

This article analyzes the role of narrative inconsistencies in Margaret Atwood’s dystopian novel The Handmaid’s Tale (1985) applying the constructivist model proposed by Meir Sternberg and Tamar Yacobi (2015) in their discussion about narrative (un)reliability. The analysis suggests that the inconsistencies which arise when Offred’s narration and the novel’s epilogue – a transcript of an academic symposium taking place in 2195 – are juxtaposed have a specific purpose in the novel. This purpose can be identified through the application of two mechanisms of sense-making proposed by Sternberg and Yacobi: the one concerned with the specific perspectiveadopted in a narrative and the one related to the thematic goals of the text – its function. Thinking of the novel as a communicative act, we explore the ways in which it engages with the notions of both despair and hope imbricated in dystopian writing.

Este trabalho analisa a função das inconsistências narrativas presentes no romance distópico The Handmaid’s Tale (1985), de Margaret Atwood, com base no modelo construtivista proposto por Meir Sternberg e Tamar Yacobi (2015) em sua discussão a respeito da (in)confiabilidade nas narrativas. A análise aqui proposta sugere que as inconsistências geradas pela justaposição da narrativa de Offred e do epílogo do romance – na forma da transcrição de um simpósio ocorrido no ano de 2195 – , têm um propósito específico. Este pode ser entendido por meio da aplicação de dois mecanismos interpretativos propostos por Sternberg e Yacobi: aquele relacionado à perspectiva específica adotada no texto e aquele que diz respeito aos objetivos temáticos do texto – sua função. Ao pensar no romance como um ato comunicativo, exploramos a maneira como ele se engaja com as noções tanto de desespero quanto de esperança que estão imbricadas na escrita distópica.