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dc.contributor.advisorNicolazzi, Fernando Felizardopt_BR
dc.contributor.authorCardoso, Guilherme da Silvapt_BR
dc.date.accessioned2022-08-10T04:48:21Zpt_BR
dc.date.issued2022pt_BR
dc.identifier.urihttp://hdl.handle.net/10183/246535pt_BR
dc.description.abstractHervé Guibert (1955 – 1991) foi um escritor francês cujo projeto literário alterou os traços das escritas de si contemporâneas, a partir de suas diversas manifestações de intertextualidade e de uma particular inscrição de si no texto, produzindo uma diferenciada, honesta e polêmica interpretação da realidade. Tensionando as fronteiras das escritas ficcionais e (auto)biográficas, Guibert desenvolveu uma escrita fotográfica do corpo, dramatizando a relação sexualidade/morte e as margens dos círculos intelectuais, transformando em personagens seus familiares e amigos, entre eles o filósofo Michel Foucault, ficcionalizado como Muzil em Para o amigo que não me salvou a vida (1990). Nessa obra, teceu um delicado testemunho sobre seu adoecimento por HIV/aids, bem como de Muzil, expondo seu processo de luto a partir de um corajoso relato. No sentido de produzir uma “poética do adoecimento”, a dissertação analisa a autoficção como gênero e prática, refletindo sobre entendimentos e experiências do tempo, frente à experiência-limite do HIV/aids, produzindo o que Michael Pollak aponta como os “tempos mortos”. Ao escrever, Guibert produz um tempo próprio, fora de uma ordenação entendida como “regular”. A partir de uma reflexão sobre o traço subjetivo do tempo histórico, as obras Para o amigo e Protocolo da compaixão (1991), apresentam uma conversão a si mesmo enquanto um modelo de vida, na coragem de sua verdade que lhe atribui sentido e possibilidades de existir em meio a um tempo que apenas reafirma seu status de “sujeito aidético”. Possibilidades que se dão em um jogo com as cronologias, em suas noções de aion e kairós, transformando a escrita em um equipamento de “preparação” para um futuro de adversidades decorrentes do adoecimento, estigma e solidão. A literatura de Hervé Guibert se afasta do esperado por alguém que convive com o vírus naquele contexto, evidenciando outras formas de existir no tempo que não a partir da morte e da culpa, oferecendo agência aos indivíduos e fortalecendo subjetividades em meio à experiência-limite do adoecimento.pt_BR
dc.description.abstractHervé Guibert (1955 – 1991) was a french writer whose literary project altered the lines of contemporary writing of the self, from its various manifestations of intertextuality and a particular inscription of the (him)self in the text, producing a particular, honest and controversial interpretation of reality. Stressing the boundaries of fictional and (auto)biographical writing, Guibert developed a photographical writing of the body, dramatizing the sexuality/death relationship and the interactions of intellectual circles, transforming his family and friends into characters, including the philosopher Michel Foucault, fictionalized as Muzil in To the friend who didn't save my life (1990). In this work, he wove a delicate testimony about his illness by the HIV / AIDS, as well as that of Muzil, exposing his grieving process from a courageous account. In order to produce a “poetic of illness”, the dissertation analyzes the autofiction as a genre and practice, reflecting on understandings and experiences of time, in the face of the limit-experience of HIV/AIDS, producing what Michael Pollak points out as the “dead times”. By his writing, Guibert produces his own time, outside an ordering understood as “regular”. From a reflection on the subjective trait of historical time, the works To the friend and Protocol of compassion (1991), present a conversion to (one)self as a shape of life, in the courage of its truth that gives it the meaning and possibilities of exist in the midst of a time that only reaffirms its status as an “aidético subject”. Possibilities that occur in a game with chronologies, in their notions of aion and kairos, transforming the writing into an equipment of “preparation for the future”. Hervé Guibert's literature departs from what is expected by someone who lives with the virus in that context, showing other ways of existing in time away from death and guilt, offering agency to individuals and strengthening subjectivities in the midst of the limit-experience of the illness.en
dc.format.mimetypeapplication/pdfpt_BR
dc.language.isoporpt_BR
dc.rightsOpen Accessen
dc.subjectGuibert, Hervépt_BR
dc.subjectHIV/AIDSen
dc.subjectAutofictionen
dc.subjectAutoficçãopt_BR
dc.subjectTestemunhopt_BR
dc.subjectTestimonyen
dc.subjectTimeen
dc.subjectTempopt_BR
dc.subjectKairosen
dc.subjectHistóriapt_BR
dc.subjectAionen
dc.titleTempos do adoecimento: a Aids e a autoficção de Hervé Guibertpt_BR
dc.typeDissertaçãopt_BR
dc.identifier.nrb001146808pt_BR
dc.degree.grantorUniversidade Federal do Rio Grande do Sulpt_BR
dc.degree.departmentInstituto de Filosofia e Ciências Humanaspt_BR
dc.degree.programPrograma de Pós-Graduação em Históriapt_BR
dc.degree.localPorto Alegre, BR-RSpt_BR
dc.degree.date2022pt_BR
dc.degree.levelmestradopt_BR


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