Revolução e construção do Estado na Ásia Central : o caso do Uzbequistão

Abstract

O presente trabalho objetiva investigar o processo de construção do Estado na Ásia Central, analisando o caso do Uzbequistão e apontando as características de sua inserção internacional pós-1991. Estabelece-se a hipótese de que, por meio da Revolução Russa (Bolchevique) de 1917 foram forjadas estruturas que impulsionaram e conceberam o projeto nacional que originou o Uzbequistão moderno. Além disso e, a partir da hipótese proposta, argumenta-se que o início da Ásia Central soviética não pode ser entendido como um caso colonial. Para tanto, será elaborado um conceito de Revolução que possibilite estabelecer uma relação com seus efeitos internacionais e que entenda os eventos revolucionários enquanto mecanismos para a formação de Estados. Desse modo, a pesquisa se justifica tanto pela proposta de investigar um assunto pouco tratado na literatura, quanto pela ascendente importância de desmistificar perspectivas ocidentais acerca da temática e produzir material em língua portuguesa, popularizando o conhecimento a respeito deste tópico. A metodologia se baseia na revisão bibliográfica de um arranjo de fontes acerca da história da Ásia Central e sua experiência revolucionária com vistas a análise integral do tema, partindo do estudo do caso uzbeque.

The present work aims to investigate the process of state-building in Central Asia through the case of Uzbekistan and to point out the characteristics of its post-1991 international insertion. The hypothesis is established that, through the Russian Revolution (Bolshevik) of 1917, structures were forged that boosted and conceived the national project that gave rise to modern Uzbekistan. Furthermore, and from the proposed hypothesis, it is intended to conclude that the beginning of Soviet Central Asia cannot be understood as a colonial affair. For that, a concept of revolution will be elaborated that makes it possible to establish a relationship with its international effects and that understands the revolutionary events as mechanisms for the formation of states. Thus, the research is justified both by the proposal to investigate a subject little addressed in the literature and by the growing importance of demystifying western perspectives on the subject and producing material in Portuguese, thus popularizing knowledge about this topic. The methodology is based on the bibliographic review of Central Asia's history and its revolutionary experience with an analysis of the theme starting from the Uzbek case.