Tumultuário: cadernos de memórias de Carlos Reverbel

Abstract

Este trabalho examina a trajetória profissional do jornalista Carlos Reverbel e o acervo de documentos reunidos em seus cadernos de memórias. Com mais de 60 anos de atuação no jornalismo cultural de Porto Alegre, com passagens pelos jornais Correio do Povo, Folha da Tarde e Zero Hora e pelas revistas Província de São Pedro e Revista do Globo, Reverbel foi cronista, pesquisador da história e da literatura rio-grandenses e também o primeiro biógrafo do escritor Simões Lopes Neto. Além de livros de crônicas e de ensaios historiográficos, publicou Um Capitão da Guarda Nacional (1981), depois de cerca de 40 anos de pesquisas sobre o escritor pelotense, tornando-se um dos mais importantes divulgadores de sua obra nas décadas seguintes. Como uma extensa rede de contatos no meio intelectual, dentro e fora do Estado, Reverbel tinha o hábito de arquivar correspondências, fotografias e outros tipos de documentos, ciente do significado que esse material poderia adquirir para outros pesquisadores no futuro. Ao dedicar seus últimos meses de vida à rotina de colar esses documentos em cadernos, o jornalista garantia que o acervo não seria disperso depois de sua morte. Ao mesmo tempo, esse trabalho de recorte e colagem acabou constituindo um mapa de sua trajetória profissional e de seu percurso intelectual ao longo dos anos. A partir desse material, este trabalho propõe uma leitura do campo intelectual dentro do qual Reverbel estava inserido. Para isso, valeu-se do apoio da teoria do sociólogo francês Pierre Bourdieu sobre a rede formada por intelectuais que exercem relações entre si e com o campo de poder. O presente trabalho partiu da catalogação desse material, resultando em um levantamento de todos os autores citados em artigos e correspondências e de um mapeamento de seus interesses intelectuais nos campos da História, da Literatura e do Jornalismo. Como resultado, apresenta Reverbel como um jornalista movido pela vocação de promover a cultura do Rio Grande do Sul, principalmente no aspecto de preservação da memória e na valorização de autores e personagens históricos ameaçados pelo esquecimento.

Este trabajo examina la trayectoria profesional del periodista Carlos Reverbel y la colección de documentos recogidos en sus memorias. Con más de 60 años de experiencia en periodismo cultural en Porto Alegre, habiendo trabajado para los periódicos Correio do Povo, Folha da Tarde y Zero Hora y para las revistas Provincia de São Pedro y Revista do Globo, Reverbel fue cronista, investigador de la historia y literatura riograndenses y también el primer biógrafo del escritor Simões Lopes Neto. Además de libros de crónicas y ensayos historiográficos, publicó Um Capitão da Guarda Nacional (1981), después de casi 40 años de investigación sobre el escritor pelotense, convirtiéndose en uno de los impulsores más importantes de su obra en las décadas siguientes. Como una extensa red de contactos en el medio intelectual, dentro y fuera del Estado, Reverbel tenía la costumbre de archivar correspondencia, fotografías y otro tipo de documentos, convencido del significado histórico que este material podía adquirir para otros investigadores. Al dedicar sus últimos meses a la rutina de pegar estos documentos en cuadernos, el periodista garantizó que la colección no se dispersaría después de su muerte. Al mismo tiempo, este trabajo de corte y collage terminó por constituir un mapa de su trayectoria profesional y su trayectoria intelectual a lo largo de los años. A partir de este material, este trabajo propone una lectura del campo intelectual en el que se insertó Reverbel. Para ello, aprovechó el apoyo de la teoría de Pierre Bourdieu sobre el espacio formado por intelectuales que ejercen relaciones entre sí y con el campo de poder. El presente trabajo partió de la catalogación de este material, dando como resultado un relevamiento de todos los autores citados en artículos y correspondencia y un mapeo de sus intereses intelectuales en los campos de la Historia, la Literatura y el Periodismo. Como resultado, presenta a Reverbel como un periodista impulsado por la vocación de promover la cultura de Rio Grande do Sul, principalmente en términos de preservar la memoria y valorar a los autores históricos y personajes amenazados por el olvido.