Práticas extremas para controle de peso em adolescentes e aspectos biopsicossociais

Abstract

Introdução: A prática de vômitos, uso de laxantes, fórmulas e/ou remédios são práticas extremas para controle de peso (PECP) adotadas pelos jovens e são fator de risco para o desenvolvimento de Transtornos Alimentares (TA) nesta população. Objetivo: Verificar a prevalência de PECP em uma amostra de adolescentes estudantes de escolas privadas e analisar aspectos biopsicossociais associados. A hipótese inicial é de que as PECP apresentem prevalência próxima a 7% na amostra do estudo e que exista diferença nas médias das variáveis estudadas entre adolescentes que aderem e não aderem às PECP. Métodos: Estudo descritivo analítico transversal de dados secundários. A amostra de conveniência foi composta de 380 adolescentes estudantes do ensino médio de escolas privadas. A coleta de dados reuniu aspectos biopsicossociais (peso, altura, idade, sexo, circunferência da cintura, desenvolvimento puberal, qualidade de vida relacionada à saúde, frequência do uso de redes sociais, atitudes socioculturais em relação à aparência e classificação socioeconômica). A análise estatística incluiu a prevalência de PECP e sua associação com aspectos biopsicossociais. Os preceitos éticos foram respeitados. Resultados: As PECP foram identificadas em 9,7% (n=37) dos adolescentes. Meninas aderem às PECP com a finalidade de perder peso e meninos para ganhar peso. A maioria dos adolescentes que relataram uso de PECP estava eutrófica e o estado nutricional não se associou de forma significativa com as PECP. A presença de PECP esteve associada significativamente com maior presença de atitudes socioculturais em relação à aparência e essa associação manteve-se significativa após ajuste no modelo de análise multivariável. Na presença das PECP as pontuações nos escores da qualidade de vida relacionada à saúde foram menores. Conclusão: Adolescentes que aderem às PECP apresentam maior internalização dos padrões de beleza e menor qualidade de vida relacionada à saúde no domínio escolar.

Introduction: Vomiting, use of laxatives, formulas and/or drugs are extreme weight-control behaviors (EWCB) adopted by adolescents and are a risk factor for the development of Eating Disorders (ED). Purpose: To verify the prevalence of extreme weight-control behaviors (EWCB) in a sample of adolescent students from private schools and to analyze associated biopsychosocial aspects. The initial hypothesis is that EWCBs present a prevalence close to 7% in the study sample and that there is a difference in the means of the studied variables between adolescents who practice and those do not practice to EWCBs. Methods: A descriptive cross-sectional study of secondary data. The convenience sample consisted of 380 students from private secondary schools. Data collection gathered biopsychosocial aspects (weight, height, age, sex, waist circumference, pubertal development, health-related quality of life, frequency of use of social media, sociocultural attitudes towards appearance, and socioeconomic classification). Statistical analysis included the prevalence of EWCBs and their association with biopsychosocial aspects. Ethical precepts were respected. Results: EWCBs were identified in 9.7% of adolescents. Girls practice to EWCBs for the purpose of losing weight, while boys do so to gain weight. Most adolescents who reported using EWCBs were eutrophic, and nutritional status was not significantly associated with the EWCB. The presence of EWCBs was significantly associated with greater presence of sociocultural attitudes towards appearance and this association remained significant after adjustment in the multivariate analysis model. In the presence of EWCB, the scores in the Health-Related Quality of Life scores were lower. Conclusion: Adolescents who adher to EWCB have greater internalization of beauty standards and lower quality of life related to health in the school domain.