O contexto da sífilis em gestantes e sífilis congênita em Gravataí e no estado do Rio Grande do Sul

Abstract

A sífilis é um agravo em saúde pública infectocontagioso, tem a capacidade em acometer o organismo de maneira severa quando não tratada. A sífilis congênita é um dano evitável, mas permanece como um problema de saúde pública e sua ocorrência evidencia falhas na atenção ao pré-natal. O diagnóstico precoce com tratamento em gestantes e seus parceiros são medidas simples e efetivas para atuar na prevenção e controle da doença. O objetivo foi de analisar a transmissão vertical da sífilis para propor medidas que possam corrigir falhas na prevenção, assistência e vigilância da transmissão vertical da sífilis no pré-natal, parto e puerpério, no município de Gravataí. Trata-se de estudo observacional, transversal descritivo, a partir de dados secundários referentes aos casos de sífilis de gestante e congênita notificados no Rio Grande do Sul no Sistema de Informação de Notificação. Para os dados gerais do Estado, as variáveis quantitativas foram descritas por média e desvio padrão, enquanto as categóricas foram descritas por frequências absolutas e relativas. Para comparar os dados das gestantes com sífilis com os da população de gestantes de Gravataí, utilizou-se o teste qui-quadrado de Pearson. O nível de significância adotado foi de 5% (p<0,05) e as análises foram realizadas no programa SPSS versão 21.0. Os casos de Sífilis Congênita e de Sífilis em gestantes em Gravataí e no Estado apresentando crescimento constante no período de 2008 a 2016, com uma aceleração nos últimos anos. O município de Gravataí faz mais diagnósticos de sífilis em gestantes no primeiro trimestre de gestação, porém apresenta um percentual elevado de casos com as situações identificadas como ignorado, em comparação ao país e estado. O quadro final que transparece de toda a investigação é do quanto o Sistema de Saúde, em suas diferentes expressões de serviço, não vem acompanhando bem este agravo à saúde tão importante. Por sua vez, a Estratégia da Família não tem dado conta do acompanhamento destes casos diagnosticados, mesmo que tardiamente.

Syphilis is an infectious-contagious public health concern; it has the ability to attack the body severely when untreated. Congenital syphilis is an avoidable injury, but remains a public health problem and its occurrence evidences failures in prenatal care. Early diagnosis with treatment in pregnant women and their partners are simple and effective measures to act in the prevention and control of the disease. The objective was to analyze the vertical transmission of syphilis to propose measures that can correct failures in the prevention, care and surveillance of vertical transmission of syphilis in prenatal, childbirth and puerperium in the city of Gravataí. It is an observational, descriptive cross-sectional study, based on secondary data referring to cases of pregnant and congenital syphilis reported in Rio Grande do Sul in the Notification Information System. For the general State data, the quantitative variables were described by mean and standard deviation, while the categorical variables were described by absolute and relative frequencies. To compare the data of pregnant women with syphilis with those of the population of pregnant women in Gravataí, the chi-square test of Pearson was used. The significance level adopted was 5% (p <0.05) and theanalyses were performed in the SPSS program version 21.0. The cases of Congenital Syphilis and Syphilis in pregnant women in Gravataí and in the State presented constant growth in the period from 2008 to 2016, with an acceleration in recent years. The municipality of Gravataí has more diagnoses of syphilis in pregnant women in the first trimester of pregnancy, but presents a high percentage of cases with the situations identified as ignored compared to the country and state. The final picture that emerges from all the research is that the Health System, in its different expressions of service, does not accompany well this aggravation to health so important. In turn, the Family Strategy has not taken account of the follow-up of these diagnosed cases, even if late.