Assombros da memória em "Quarto de despejo: diário de uma favelada", de Carolina de Jesus
Fecha
2020Autor
Otro título
Amazements of memory in Quarto de despejo : diário de uma favelada, by Carolina de Jesus
Materia
Resumo
O longo período de escravidão adotado pelo Brasil, bem como as violências praticadas e vividas – mesmo depois da ruptura do sistema escravista oficial – não são temas esgotados na ficção brasileira; ao contrário, paira sobre esses acontecimentos silêncios incômodos. Silêncio que não é imposto pelo fato de não serem tratados na literatura nacional, mas – principalmente – por serem poucos os envolvidos diretamente nesses momentos históricos que tiveram voz. A obra Quarto de despejo: diário de uma ...
O longo período de escravidão adotado pelo Brasil, bem como as violências praticadas e vividas – mesmo depois da ruptura do sistema escravista oficial – não são temas esgotados na ficção brasileira; ao contrário, paira sobre esses acontecimentos silêncios incômodos. Silêncio que não é imposto pelo fato de não serem tratados na literatura nacional, mas – principalmente – por serem poucos os envolvidos diretamente nesses momentos históricos que tiveram voz. A obra Quarto de despejo: diário de uma favelada (1960), de Carolina de Jesus, é um grito tradutor de uma memória solapada. Na obra da autora, negra e favelada, o vestígio do passado é narrado no cotidiano presente de uma vida marcada pela exclusão social, pelo apagamento do gesto escravista e sua silenciosa sobrevivência. ...
Abstract
The long period of slavery adopted by Brazil, as well as the atrocities practiced and experienced - even after the rupture of the official slave system - are not exhausted themes in Brazilian fiction; quite the opposite, uncomfortable silences hang over these events. Silence that is not imposed by the fact that they are not treated in national literature, but, mainly, because few people directly involved in these historical moments had a voice. The work Quarto de despejo: diário de uma favelada ...
The long period of slavery adopted by Brazil, as well as the atrocities practiced and experienced - even after the rupture of the official slave system - are not exhausted themes in Brazilian fiction; quite the opposite, uncomfortable silences hang over these events. Silence that is not imposed by the fact that they are not treated in national literature, but, mainly, because few people directly involved in these historical moments had a voice. The work Quarto de despejo: diário de uma favelada (1960), by Carolina de Jesus, is a cry translating an undermined memory. In the work of the author, black and living in a slum, the traces of the past are narrated in the present daily life of a life marked by social exclusion, by the erasure of the slavery gesture and its silent survival. ...
En
Letras (Santa Maria). Santa Maria, RS. Vol. 30, n. 61 (dez. 2020), p. [245]-260
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