Estimativa de recarga subterrânea a partir da separação do escoamento de base na bacia hidrográfica do rio Ibicuí (América do Sul)

Abstract

Este estudo se propõe a estimar as taxas de recarga subterrânea na Bacia Hidrográfica do Rio Ibicuí, localizada no Estado do Rio Grande do Sul, a partir da utilização do método de separação do escoamento de base. O principal aquífero da Bacia é o Sistema Aquífero Guarani (SAG), nas suas áreas de confinamento (Oeste) e afloramento (Central). A separação do escoamento de base foi realizada por meio do filtro numérico de Eckhardt (2005) com dados de séries históricas de vazão disponibilizados pela Agência Nacional das Águas. As estimativas de recarga foram comparadas com as características geológicas, hidrogeológicas e pedológicas encontradas na área de estudo. As taxas de recarga variaram de 88 mm/ano a 378,7 mm/ano (13% a 47%, respectivamente da precipitação efetiva nas sub-bacias, e 6% a 21% da precipitação total). Os resultados mostraram que as maiores taxas de recargaocorreram nas unidades geológicas com transmissividades mais elevadas e solos mais permeáveis, e também com precipitações médias mais elevadas. Por outro lado, as sub-bacias com baixas taxas de recarga apresentaram unidades geológicas permeáveis e unidades cristalinas impermeáveis, solos com altos teores de argila e precipitações médias reduzidas.

This study aims to estimate the groundwater recharge rates in the Ibicuí Watershed, in the state of Rio Grande do Sul, using baseflow separation method. The watershed’s main aquifer is the Guarani Aquifer System, in its confined areas (West) and outcrop (Central). The baseflow separation was made with the Eckhardt (2005) numerical filter, with historical streamflow data released by the National Water Agency. The recharge estimates were compared with the geological, hydrogeological and soil found in the study area. Recharge rates ranged from 88 mm/year to 378.7 mm/year (13% and 47% respectively of the effective precipitation in the sub-watersheds, and 6% to 21% of total precipitation). The results showed that the higher recharge rates were found in the geological units with higher transmissivity and more permeable soils, and with higher average precipitation. On the other hand, sub-watersheds with low recharge rates showed permeable geologic units and crystal units, soils with high clay content and low average precipitation.