Produção de álcool gel em biorrefinarias descentralizadas de etanol a partir de batata-doce

Abstract

A pandemia da COVID-19, desencadeada em 2020, aumentou a consciência da população mundial em relação aos cuidados de higiene como o uso de desinfetantes para mãos com o intuito de conter a propagação de doenças transmitidas de pessoa para pessoa. Por este motivo se observou, em todo o mundo, um grande aumento na demanda por produtos de higiene como o álcool em gel, causando escassez nos mercados e aumento de preços. Foram então criadas iniciativas destinadas a propor métodos alternativos de fabricação de desinfetante para as mãos à base de álcool, incluindo o uso de diferentes fontes de etanol. A batata-doce vem sendo considerada uma promissora matéria prima para produção de etanol. No Brasil, estima-se que cerca de 54.000 toneladas de batata-doce são desperdiçadas anualmente. Surge assim uma excelente oportunidade para agregar valor a um material desperdiçado, satisfazendo a necessidade do mercado. O objetivo deste trabalho foi avaliar a viabilidade técnica e econômica para produção de álcool gel a partir do etanol de batata-doce. Cinco cenários diferentes, variando o percentual de produção de álcool gel e etanol, foram avaliados. Quanto maior a produção e comercialização de álcool gel, mais lucrativo é o cenário. O quinto cenário analisado apresentou o melhor retorno. O mesmo consistiu em 80% de produção de álcool gel e 20% de etanol hidratado, visando o autoconsumo em combustível. Este cenário apresentou um VPL de R$ 5.644.948,84, TIR de 72%, e um payback descontado de 0,58 anos. A biorrefinaria de batata-doce é um modelo sustentável e contribui para o desenvolvimento da economia circular via diminuição de resíduos.