Cidade, modos de postar : paisagens de orla de Porto Alegre em narrativas online no século XXI
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Data
2021Autor
Orientador
Nível acadêmico
Mestrado
Tipo
Assunto
Resumo
Amplamente visadas por ações de planejamento estratégico, orlas urbanas ao redor do planeta vêm se consolidando, nas últimas décadas, como loci privilegiados de inserção de paisagens citadinas em um mercado global de imagens e, ulteriormente, em uma economia neoliberal de desejo. Apesar das constantes promessas de experiências e arquiteturas singulares pelo city marketing, o idêntico prolifera-se no mundo urbano, imbricado tanto nas paisagens do espetáculo quanto naquelas da precariedade. Sem r ...
Amplamente visadas por ações de planejamento estratégico, orlas urbanas ao redor do planeta vêm se consolidando, nas últimas décadas, como loci privilegiados de inserção de paisagens citadinas em um mercado global de imagens e, ulteriormente, em uma economia neoliberal de desejo. Apesar das constantes promessas de experiências e arquiteturas singulares pelo city marketing, o idêntico prolifera-se no mundo urbano, imbricado tanto nas paisagens do espetáculo quanto naquelas da precariedade. Sem refutar os agenciamentos subjetivos da produção urbana formal, as enunciações do marketing digital e a performatividade de algoritmos em redes sociais online dão pistas de modelizações para além da paisagem concreta. São pasteurizadas as possibilidades da própria experiência urbana ordinária, bem como suas formas de significação, transmissão e escuta. Em busca de operar tal problemática, armou-se um plano teórico ancorado em três conceitos: a paisagem como categoria de apreensão do espaço e fenômeno sensível; as tecnologias de informação e comunicação como mediações técnicas dos sentidos e dispositivos de controle; e a narrativa como perspectiva teórico-metodológica para uma investigação política da experiência — e, portanto, da paisagem. Foram exploradas as paisagens de orla de Porto Alegre como objeto empírico de conhecimento por meio de postagens da rede social online Instagram, visando investigar processos de subjetivação na produção de paisagens urbanas em uma contemporaneidade neoliberal. À procura de apreender a realidade social como fricção de diferenças, adotou-se a montagem como procedimento formal de composição com narrativas heterogêneas, com a qual se construiu e se aplicou um método para acompanhar, registrar, recortar, compor, rasgar e, assim, interpretar a paisagem como palimpsesto polifônico e polissêmico. Discutem-se, enfim, alguns atravessamentos surgidos da interpretação de narrativas online: a produção de autoridade para instaurar bordas sociais; de cansaço como dispositivo de controle; de espetáculo para modular o desejo; e de lisura para operar apagamentos. Esses atravessamentos são compreendidos como aberturas para desnaturalizar e ampliar a discussão sobre a produção de paisagens urbanas no século XXI. ...
Abstract
Widely targeted by strategic planning actions, urban waterfronts around the planet have been consolidated, in recent decades, as privileged loci for the insertion of cityscapes in a global market of images and, later, in a neoliberal economy of desire. Despite the constant promises of unique experiences and architectures by the city marketing, the identical proliferates in the urban world, imbricated both in the landscapes of the spectacle and in those of precariousness. Without refuting the su ...
Widely targeted by strategic planning actions, urban waterfronts around the planet have been consolidated, in recent decades, as privileged loci for the insertion of cityscapes in a global market of images and, later, in a neoliberal economy of desire. Despite the constant promises of unique experiences and architectures by the city marketing, the identical proliferates in the urban world, imbricated both in the landscapes of the spectacle and in those of precariousness. Without refuting the subjective assemblages of formal urban production, the enunciations of digital marketing and the performativity of algorithms in online social networks provide modeling clues beyond the concrete landscape. The possibilities of ordinary urban experience itself are pasteurized, as well as its forms of meaning, transmission and listening. In an attempt to deal with this problem, a theoretical plan was set up anchored in three concepts: the landscape as a category for apprehending space and a sensitive phenomenon; information and communication technologies as technical mediations of the senses and devices of control; and narrative as a theoretical-methodological perspective for a political investigation of experience — and, therefore, of landscape. Porto Alegre’s waterfront landscapes were explored as an empirical object of knowledge through posts from Instagram, an online social network, aiming at investigating processes of subjectivation in the production of urban landscapes in a neoliberal contemporaneity. Seeking to apprehend social reality as a friction of differences, montage was adopted as a formal compositional procedure with heterogeneous narratives, with which a method was built and applied to monitor, record, cut, compose, tear and, thus, interpret the landscape as a polyphonic and polysemic palimpsest. In effect some crossings arising from the interpretation of online narratives are discussed: the production of authority to establish social borders; of tiredness as a device of control; of the spectacle to modulate desire; and smoothness to operate erasures. These crossings are understood as openings to denaturalize and expand the discussion on the production of urban landscapes in the 21st century. ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Faculdade de Arquitetura. Programa de Pós-Graduação em Planejamento Urbano e Regional.
Coleções
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Ciências Sociais Aplicadas (6061)
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