The essence of beauty: um estudo sobre a construção racial de Jaida Essence Hall na 12º temporada de RuPaul's Drag Race

Abstract

Considerando as representações raciais na mídia, esta pesquisa visa a investigação da construção racial de Jaida Essence Hall na 12ª temporada do reality show RuPaul’s Drag Race. O estudo se constrói, principalmente, a partir dos conceitos de raça, performatividade de gênero e estereótipos. O trabalho se baseia na lógica qualitativa para melhor compreensão dos fatos, utilizando as técnicas da pesquisa bibliográfica e a análise de imagens em movimento. O embasamento teórico foi elaborado a partir de Judith Butler, bell hooks e Stuart Hall, Richard Miskolci, Achile Mbembe, Kabengele Munanga e Erving Goffman. A temporada do programa foi assistida e seus trechos foram categorizados em dois pilares para a análise: “Jaida sobre si mesma” e “Outros sobre Jaida”. O resultado dessa análise mostra que Jaida tem como suas maiores inspirações e referências mulheres brancas, o que acaba por permear como a drag se constrói durante a temporada. Em suas falas, montações e trejeitos, Jaida se utiliza de aspectos da performatividade de gênero a partir da hegemonia branca, distanciando-se da visão da mulher negra “real”. Esses aspectos são percebidos pelos outros, mas a análise mostrou que, mesmo com essas ações, Jaida segue sendo racializada e vista como negra numa visão estereotipada.

Considering racial representations in the media, this research aims to investigate the racial construction of Jaida Essence Hall in the 12th season of the reality show RuPaul’s Drag Race. The study is built mainly from the concepts of race, gender performativity, and stereotypes. This piece has qualitative nature for a better understanding of the facts, using the techniques of bibliographical research and the analysis of moving images. The theoretical basis was drawn, mostly, from Judith Butler, bell hooks, and Stuart Hall, which worked together with Richard Miskolci, Achile Mbembe, Kabengele Munanga, and Erving Goffman. The season of the program in question was watched three times and excerpts were categorized into two pillars for analysis: “Jaida about herself” and “Others about Jaida”. The results of this analysis show that Jaida has white women as her inspirations and references, which ends up permeating the way she behaves and builds itself during the season. Furthermore, in her speeches, montages, and gestures, Jaida uses aspects of gender performativity based on white hegemony, distancing herself from the vision of a “real” black woman. These aspects are perceived by others, but the analysis showed that, even with those actions, Jaida continues to be racialized and seen as black with a stereotyped view.