Associação do peso ao nascer e aterosclerose subclínica em adultos do ELSA-Brasil
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Data
2021Orientador
Nível acadêmico
Doutorado
Tipo
Resumo
O baixo peso ao nascer tem sido associado com maior mortalidade e risco de doenças cardiovasculares ateroscleróticas no adulto, mas a relação do peso ao nascer com aterosclerose subclínica é controversa. Na última década, em alguns estudos, o baixo ou elevado peso ao nascer foi identificado como um fator de risco em crianças, adolescentes e adultos jovens, porém, outros estudos não encontraram associação e há pouco estudos em adultos. Esta tese visa avaliar a associação entre peso ao nascer e m ...
O baixo peso ao nascer tem sido associado com maior mortalidade e risco de doenças cardiovasculares ateroscleróticas no adulto, mas a relação do peso ao nascer com aterosclerose subclínica é controversa. Na última década, em alguns estudos, o baixo ou elevado peso ao nascer foi identificado como um fator de risco em crianças, adolescentes e adultos jovens, porém, outros estudos não encontraram associação e há pouco estudos em adultos. Esta tese visa avaliar a associação entre peso ao nascer e medidas de aterosclerose subclínica em adultos. O primeiro objetivo foi avaliar adultos que apresentam medidas de peso ao nascer, ultrassonografia de carótida e tomografia computadorizada com cortes para análise de escore de cálcio. O segundo objetivo foi revisar sistematicamente a evidência na literatura sobre esta associação e, se possível, sumarizar os resultados em meta-análise. Para o primeiro objetivo (artigo 1) foram analisados 7868 participantes do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil). Os desfechos foram a Espessura Íntima-Média da Carótida (EMIC) e/ou Escore de Cálcio Coronariano (ECC), definidos a partir de imagens coletadas de acordo com protocolos internacionais padronizados. A EMIC foi dicotomizadas a partir do percentil 90, ajustado para sexo, idade e cor da pele como referência para a população brasileira. O ECC como =0 e >0; ou 0-99 e >100=0. O Peso ao nascer foi autorrelatado e categorizado como: baixo <2,5Kg, normal entre 2,5 Kg e 4,0 Kg e elevado >4,0 Kg. Foi estimada a razão de prevalência (RP) por meio de um modelo de regressão de Poisson com variância robusta; e as diferenças de médias de EMIC, por meio de regressão linear múltipla. As médias de EMIC ajustadas para sexo, idade, raça ou cor de pele e centro de pesquisa nos participantes com peso ao nascer baixo (n=425), normal (n= 6838) e elevado (n= 605) foram as seguintes: 0,60 mm (DP 0,11); 0,60 mm (DP 0,11); e 0,62 mm (DP 0,11), respectivamente (<0,001). O elevado peso ao nascer apresentou uma associação positiva com a EMIC (0,02 mm IC95% (0,01;0,03) e com o percentil 90 da EMIC (RP=1,37; IC95% 1,14-1,65) em análises ajustadas. Não houve associação estatisticamente significativa do baixo ou elevado peso ao nascer com o ECC, nem do baixo peso ao nascer com o EMIC. A revisão sistemática com meta-análise baseou-se em estudos observacionais analíticos. O protocolo foi registrado no PROSPERO (CRD42020210241). Foram pesquisadas as bases de dados eletrônicas Medline, Embase, Scopus, Web of Science e Cochrane CENTRAL sem restrição de data inicial detectados até 31 de janeiro de 2021. A qualidade metodológica dos estudos foi avaliada por meio da Escala de Newcastle-Ottawa. A meta-análise foi realizada usando um modelo de efeitos aleatórios. A medida de efeito utilizada foi a diferença média (DM) com seus intervalos de confiança de 95% (IC). A heterogeneidade foi avaliada com a estatística de inconsistência (I2). Um total de 19 estudos foram incluídos, 9 tendo sido realizados na Europa, 9 sendo estudos de coorte prospectivos e 9 sendo de qualidade metodológica adequada. Todos os estudos incluíram mulheres e homens, 72% dos estudos foram publicados nos últimos 10 anos. Baixo peso ao nascer em pré-termos (DM: 0,010 mm; IC 95%: 0,000 a 0,020; p = 0,04; I2: 78%) e nascidos a termo (DM: 0,000 mm; IC 95%: -0,005 a 0,005; p = 0,95; I2: 0%) e elevado peso ao nascer (DM: 0,010 mm; IC 95%: 0,001 a 0,020; p = 0,02; I2: 49%) associaram-se a maiores níveis de EMIC, mas apenas o baixo peso em prematuros e o elevado peso em nascidos a termo atingiram significância estatística. Em conclusão, o elevado peso ao nascer foi associado com um aumento da razão de prevalência de EMIC independentemente de outros fatores de risco cardiovasculares tradicionais em adultos a termo participantes do ELSA-Brasil. Esses achados são consistentes com a meta-análise da literatura e apoiam a teoria de que fatores nutricionais intrauterinos estejam associados com eventos adversos na vida adulta. ...
Abstract
Low birth weight is associated with higher mortality and risk of atherosclerotic cardiovascular disease in adults, but the relationship between birth weight and subclinical atherosclerosis is controversial. In the last decade, in some studies, low or high birth weight has been identified as a risk factor in children, adolescents, and young adults; however, other studies have found no association, and analyses in adults are scarce. This thesis aims to evaluate the association between birth weigh ...
Low birth weight is associated with higher mortality and risk of atherosclerotic cardiovascular disease in adults, but the relationship between birth weight and subclinical atherosclerosis is controversial. In the last decade, in some studies, low or high birth weight has been identified as a risk factor in children, adolescents, and young adults; however, other studies have found no association, and analyses in adults are scarce. This thesis aims to evaluate the association between birth weight and various measures of subclinical atherosclerosis. The first objective was to assess adults with birth weight, carotid ultrasound, and computed tomography with slices for calcium score analysis. The second objective was to review the evidence for this association systematically and, if possible, to perform a meta-analysis. For the first objective (article 1), we analyzed 7868 participants of the Longitudinal Study of Adult Health (ELSA-Brasil). The outcomes were the Carotid Intima-Media Thickness (CIMT) and Coronary Artery Calcium (CAC) scores derived from images collected according to standardized international protocols. We dichotomized levels of CIMT at the 90th percentile, adjusted for sex, age, and skin color as reference for the Brazilian population. The CAC was defined as = 0 and > 0; or 0 -99 and > 100 = 0. Birth weight was self-reported and categorized as: low <2.5 kg, normal between 2.5 kg and 4.0 kg, and high > 4.0 kg. We estimated prevalence ratios (PR) using the Poisson regression model with robust variance. Differences in CIMT means were estimated using multiple linear regression. The mean CIMT differences were adjusted for sex, age, race or skin color, and research center in participants with low (n = 425), normal (n = 6838) and high (n = 605) were 0.60 mm (SD 0.11); 0.60 mm (SD 0.11) and 0.62 mm (SD 0.11), respectively (<0.001). High birth weight showed a positive association with CIMT (0.02 mm 95%CI (0.01; 0.03) and the 90th percentile of CIMT PR = 1.37 (95%CI 1.14 to 1.65) after adjusting. We found no statistically significant association between low or high birth weight and CAC or with EMIC. The systematic review with meta-analysis was based on analytical observational studies. The protocol was registered in PROSPERO (CRD42020210241). We used 11 the electronic databases Medline, Embase, Scopus, Web of Science, and Cochrane CENTRAL, without restrictions until January 31, 2021. We assessed the methodological quality of the studies using the Newcastle-Ottawa Scale. For the meta-analysis, we used a random-effects model. The measure of effect was the mean difference (MD) with its 95% confidence intervals (CI). Heterogeneity was assessed using the inconsistency statistic (I2). We included 19 studies, 9 from Europe, 9 prospective cohort studies, and 9 with adequate methodological quality. All studies included women and men, and 72% were published in the last 10 years. Low birth weight in preterm (DM: 0.010 mm; 95% CI: 0.000 to 0.020; p = 0.04; I2: 78%) and term births (DM: 0.000 mm; 95% CI: -0.005 to 0.005; p = 0.95; I2: 0%) and high birth weight (DM: 0.010 mm; 95% CI: 0.001 to 0.020; p = 0.02; I2: 49%) were associated with higher levels of CIMT, but only low birth weight in preterm infants and high birth weight in term infants reached statistical significance. In conclusion, high birth weight was associated with an increase in the prevalence ratio of CIMT independent of other prior cardiovascular risk factors in full-term adults participating in the ELSA-Brasil. These findings are consistent with the meta-analysis of the literature and support the theory that intrauterine nutritional factors combine with adverse events in adulthood. ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Faculdade de Medicina. Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia.
Coleções
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Ciências da Saúde (9127)Epidemiologia (468)
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