A pequena sereia e a negritude : o corpo de Ariel como território para pensar o ensino de história e as relações étnico-raciais
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Data
2021Autor
Orientador
Nível acadêmico
Graduação
Resumo
Esta pesquisa partiu da repercussão, em jornais, revistas e blogs online, do anúncio da atriz escolhida para protagonizar Ariel na releitura em live-action da clássica animação A pequena Sereia (1989). A partir da divulgação da Disney de que a princesa-sereia dos sete mares, Ariel, ganharia vida pela interpretação da artista negra Halle Bailey, houve inúmeras manifestações do público, tanto de apoio a escolha dos estúdios, quanto manifestações de racismo. Com a corporeidade negra em cena, propu ...
Esta pesquisa partiu da repercussão, em jornais, revistas e blogs online, do anúncio da atriz escolhida para protagonizar Ariel na releitura em live-action da clássica animação A pequena Sereia (1989). A partir da divulgação da Disney de que a princesa-sereia dos sete mares, Ariel, ganharia vida pela interpretação da artista negra Halle Bailey, houve inúmeras manifestações do público, tanto de apoio a escolha dos estúdios, quanto manifestações de racismo. Com a corporeidade negra em cena, propus pensar este corpo em posição de protagonismo como um território de temas possíveis de serem abordados no ensino de história comprometido com a educação antirracista e a educação para as relações étnico-raciais. Por meio das representações no corpo de Ariel e a potência deste corpo nas telas, busquei produzir desdobramentos pedagógicos para abordar temas em aulas de história articulados as representações deste corpo negro-sereia-protagonista. Nesta direção, parti das seguintes problematizações: quais as representações no corpo de Ariel são ressignificadas pela corporeidade negra de Halle Bailey? Como as representações, marcadas nesta corporeidade e estética negras, podem desdobrar-se em temas possíveis para o ensino de história e educação para as relações étnico raciais? Para tentar dar conta destas perguntas, selecionei como fontes, cinco artigos publicados em plataformas online – os jornais Correio braziliense e União, a revista Veja SP, o blog Fala, colega! e o site de variedades Purebreak, organizando-os em tabelas, nas quais desprenderam-se as chaves analíticas de mitologia, negritude e representatividade. A partir delas, busquei relacionar o corpo da Ariel negra com mitologias afrocentradas e representações de sereias; a seguir, na representatividade da princesa negra, busquei elencar mulheres negras "reais" e que protagonizaram a história e, por fim, acenar, nas considerações finais, este corpo negro como um território de desconstrução do racismo. A partir dos materiais empíricos produzidos, as análises realizadas utilizaram aportes dos estudos culturais e da história cultural: Tomaz Tadeu da Silva, Stuart Hall e bell hooks foram acionados como referenciais na construção do conceito de representação e Aimé Césaire, Maria Beatriz Nascimento, Grada Kilomba e Nilma Lino Gomes para pensar o conceito de negritude. Estes conceitos foram operados na tentativa de tramar como as representações o corpo negro da sereia protagonista e seus desdobramentos em temas a serem abordados no ensino de história e das relações étnico raciais. ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Instituto de Filosofia e Ciências Humanas. Curso de História: Licenciatura.
Coleções
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TCC História (782)
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