Análise da composição faunística de afloramentos fossilíferos do Município Vale do Sol (triássico Superior, supersequência Santa Maria) e implicações bioestratigráficas
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Data
2018Orientador
Nível acadêmico
Graduação
Resumo
A bioestratigrafia é responsável pela datação relativa das rochas e correlação entre afloramentos de diferentes localidades, baseando-se apenas no conteúdo fossilífero. Ela representa uma importante ferramenta para o estudo estratigráfico de pacotes sedimentares como a Supersequência Santa Maria (SSM), caracterizada por aflorar de forma esparsa e descontínua, na região central do estado do Rio Grande do Sul. Baseando-se na bioestratigrafia de tetrápodes fósseis, esse pacote sedimentar se divide ...
A bioestratigrafia é responsável pela datação relativa das rochas e correlação entre afloramentos de diferentes localidades, baseando-se apenas no conteúdo fossilífero. Ela representa uma importante ferramenta para o estudo estratigráfico de pacotes sedimentares como a Supersequência Santa Maria (SSM), caracterizada por aflorar de forma esparsa e descontínua, na região central do estado do Rio Grande do Sul. Baseando-se na bioestratigrafia de tetrápodes fósseis, esse pacote sedimentar se divide em quatro Zonas de Associação (ZAs), da base para o topo: ZA Dinodontosaurus (Sequência Pinheiros-Chiniquá), ZA Santacruzodon (Sequência Santa Cruz), ZA Hyperodapedon (Sequência Candelária) e ZA Riograndia (Sequência Candelária). Existem discussões acerca da possível divisão da ZA Hyperodapedon, com propostas de que os depósitos onde o rincossauro Hyperodapedon abunda sejam mais antigos que os depósitos onde se tem o registro do cinodonte Exaeretodon, definindo duas associações faunísticas distintas. Desde de 2011 a localidade Vale do Sol tem revelado um rico conteúdo fossilífero contando com mais de 100 exemplares de vertebrados fósseis coletados. O presente trabalho tem como objetivo identificar os exemplares, coletados ao longo destes sete anos, posiciona-los em seus respectivos níveis de coleta, para assim correlacionar bioestratigraficamente a assembleia fossilífera de Vale do Sol com as outras localidades da Sequência Candelária. Três afloramentos da área de estudo foram individualmente correlacionados com as outras localidades fossilíferas da Sequência Candelária, executando-se também uma análise de cluster, com o auxílio do software PAST3 e o Índice de Jaccard, a fim de avaliar a similaridade de Vale do Sol com tais localidades. Vale do Sol apresenta uma assembleia fossilífera dominada pelo grupo Rhynchosauria, representando 82% da sua composição, sendo o restante representado por 12% de Cynodontia e 6% de Archosauria. Dentre os afloramentos da Sequência Candelária, Vale do Sol apresenta maior similaridade com o Sítio Janner (Agudo), devido ao registro compartilhado dos cinodontes Exaeretodon riograndensis e Trucidocynodon riograndensis. O afloramento Degrau registra a ocorrência de Exaeretodon no mesmo nível que Hyperodapedon, não apresentando a mudança faunística sugerida nas propostas de subdivisão da ZA Hyperodapedon, e, portanto, não corroborando-as. A Área Vale do Sol é correlacionável com o afloramento Sanga do Mato recentemente datado em 233.23 ± 0.61 Ma e à base da Formação Ischigualasto, Argentina. Isto sugere que a assembleia fossilífera de Vale do Sol seria correlata à biozona argentina Hyperodapedon-Herrerasaurus-Exaeretodon. ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Instituto de Biociências. Curso de Ciências Biológicas: Bacharelado.
Coleções
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TCC Ciências Biológicas (1353)
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