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dc.contributor.advisorSchwindt, Luiz Carlos da Silvapt_BR
dc.contributor.authorUlrich, Camila Wittpt_BR
dc.date.accessioned2021-12-17T04:30:12Zpt_BR
dc.date.issued2021pt_BR
dc.identifier.urihttp://hdl.handle.net/10183/233036pt_BR
dc.description.abstractO presente trabalho trata do estatuto morfológico e do estatuto prosódico da sufixação avaliativa em português brasileiro – em especial, dos elementos sufixais -inho, -zinho e -íssimo. Esses sufixos diferenciam-se dos demais sufixos da língua por serem modificadores – e não núcleo das estruturas complexas (VILLALVA, 1994, 2000) – e por constituírem domínio de aplicação de regras fonológicas do nível da palavra (LEE, 1995), sendo rotulados como composicionais (SCHWINDT, 2014). Esse último critério ainda leva à consequência de que sua anexação se dará em um nível morfológico já equivalente ao de uma estrutura acentuada. A sufixação avaliativa em português brasileiro se configura, portanto, como um dos loci do não isomorfismo entre os conceitos de palavra morfossintática e palavra fonológica. Por esse motivo, a presente tese investiga os constituintes mencionados dentro de cada uma destas perspectivas, hipotetizando que há evidências empíricas para a identificação de dois grupos de sufixos no PB. Considerando-se que sufixos modificadores mantêm propriedades gramaticais da base (ex. [dente]N → [dentinho]N), enquanto sufixos derivacionais são capazes de alterar propriedades da base (ex. [dente]N → [dental]ADJ), buscamos investigar se há diferença de processamento entre palavras formadas por esses dois grupos, hipotetizando que a decomposição de palavras complexas com sufixos avaliativos seja feita de forma mais rápida. Para formação do corpus de análise, selecionamos bases que aceitassem formações com os sufixos -eiro e -inho, as quais foram inseridas em uma tarefa de associação de palavras (TAP), a fim de que fossem atestadas como conhecidas ou não por 100 participantes. Não há diferença significativa entre as duas classes e os informantes mostram ter domínio sobre o conhecimento de quase a totalidade dos itens. A partir dos resultados encontrados, desenvolvemos uma tarefa de decisão lexical (TDL), em que avaliamos o índice de acertos e o tempo de reação nas respostas de 80 falantes de PB para os estímulos apresentados. O teste foi composto por 32 itens experimentais divididos em duas listas e mais 75% de itens distratores (25% palavras e 50% pseudopalavras), e foi ancorado na plataforma Psytoolkit 3.2.0 (STOET, 2010, 2017). Os resultados revelam índices de acurácia altos e valores de tempo de reação bastante próximos para as duas condições morfológicas testadas, não havendo diferença significativa entre elas. Desenvolvemos, por fim, uma tarefa de decisão lexical com priming (TDLP), em que analisamos as variáveis realidade do estímulo (se palavra ou pseudopalavra) e relação morfológica (se identidade, modificação ou derivação). A partir de 16 palavras reais e 16 pseudopalavras como base, constituímos um corpus de 96 pares experimentais. Incluímos, ainda, 2/3 de pares de itens distratores ao experimento, o qual foi aplicado no formato de três listas a 80 falantes de português brasileiro na plataforma Psytoolkit 3.3.0. Os resultados referentes ao índice de acertos mostram diferença entre palavras e pseudopalavras; a menor taxa de acertos se revela em formas diminutivas existentes na língua. Os valores de tempo de reação revelam que palavras e pseudopalavras apresentam diferenças significativas; em relação ao tipo de relação morfológica, a relação de identidade, com menor tempo de reação, se opõe significativamente às demais, e não há diferença entre as condições complexas. Assim, sugerimos que a função do afixo parece não exercer papel no processamento nos dados analisados. No âmbito da fonologia, com base na Fonologia Prosódica (NESPOR; VOGEL, 1986), apresentamos processos que têm como domínio a palavra prosódica, como a neutralização das vogais pretônicas (ex. b/ɛ/lo – b/ɛ/linho – b/e/leza), os quais apontam para a classificação de -inho, -zinho e -íssimo como palavras e para a existência de composição prosódica nestas estruturas. Além disso, sugerimos que esta composição esteja abarcada sob um constituinte intermediário entre a palavra e a frase fonológica (VIGÁRIO, 2007; VOGEL, 2008). A fim de verificar se há evidências empíricas da existência de duas proeminências acentuais nas palavras complexas formadas pelos sufixos investigados, analisamos os parâmetros duração e ênfase espectral de sílabas fonológicas e unidades VV (experimentos 1 e 3) e F1 e F2 de vogais (experimentos 2 e 4) em dados provenientes de 8 falantes de português brasileiro. De modo geral, parte dos resultados mostra que sílabas portadoras do acento da base de formações composicionais (ex. [no] ou [ov], em novinho) apresentam proeminência, as quais exibem significância estatística se comparadas às mesmas sílabas em formações não composicionais (ex. [no] ou [ov], em novilho). Em relação à qualidade vocálica, a comparação de formantes é capaz de opor vários pares de formações de natureza morfoprosódica distinta. Se olharmos para a qualidade vocálica apenas nas formações composicionais, podemos, ainda, sugerir que esses elementos, apesar de serem palavras fonológicas independentes, com autonomia acentual, revelam essa autonomia em graus distintos. Assim, corroboramos a hipótese geral de que, pelo menos em parte dos dados investigados, há evidências empíricas para a identificação de dois grupos de sufixos no PB.pt_BR
dc.description.abstractThis work deals with the morphological and prosodic status of the evaluative suffixation in Brazilian Portuguese – in particular, the suffixes -inho, -zinho and -íssimo. These suffixes differ from other suffixes because they are modifiers – and not heads of complex structures (VILLALVA, 1994, 2000) – and because they constitute domain of application of word-level phonological rules (LEE, 1995), being labeled as compositional suffixes (SCHWINDT, 2014). This last criterion still leads to the consequence that its annexation to the base will take place at a morphological level already equivalent to a stressed structure. The evaluative suffixation in Brazilian Portuguese is configured, therefore, as one of the loci of non-isomorphism between the concepts of morphosyntactic word and phonological word. For this reason, this dissertation investigates the constituents mentioned within each of these perspectives, hypothesizing that there is empirical evidence for the identification of two groups of suffixes in BP. Considering that modifier suffixes maintain grammatical properties of the base (e.g. [dente]N “tooth” → [dentinho]N “tooth.DIM”), while derivational suffixes are able to change properties of the base (e.g. [dente]N “tooth” → [dental]ADJ “dental”), we sought to investigate whether there is a difference in processing between words formed by these two groups, hypothesizing that the decomposition of complex words with evaluative suffixes is done faster. To form the corpus of analysis, we selected bases that accepted formations with the suffixes -eiro and -inho, which were inserted in a word association task (WAT), so that they could be certified as known or not by 100 participants. There was no significant difference between the two classes and the informants showed that they mastered the knowledge of almost all items. From the results found, we developed a lexical decision task (LDT), in which we evaluated accuracy and reaction time in the responses of 80 BP speakers to the presented stimuli. The test consisted of 32 experimental items divided into two lists and 75% fillers (25% words and 50% nonce words), and was anchored to Psytoolkit 3.2.0 platform (STOET, 2010, 2017). The results reveal high accuracy rates and very close reaction time values for the two morphological conditions, with no significant difference between them. Finally, we developed a lexical decision task with priming effect (LDTP), in which we analyzed the variables reality (if word or nonce word) and morphological relation (if identity, modification or derivation). From 16 real words and 16 nonce words as a basis, we constituted a corpus of 96 experimental pairs. We also included 2/3 of filler items to the experiment, which was applied in the form of three lists to 80 Brazilian Portuguese speakers on Psytoolkit 3.3.0 platform. The results regarding the accuracy rate show a difference between words and nonce words; the lowest rate of accuracy reveals itself in diminutive forms of real words. The reaction time values reveal that words and nonce words show significant differences; in relation to the type of morphological relation, the relation of identity, with the shortest reaction time, is significantly opposed to the others, and there is no difference between the complex conditions. Thus, we suggest that the affix function does not seem to play a role in the processing of the analyzed data. In the field of phonology, based on Prosodic Phonology (NESPOR; VOGEL, 1986), we present processes that take as domain the prosodic word, such as the neutralization of pretonic vowels (e.g. b/ɛ/lo – b/ɛ/linho – b/e/leza “beautiful.MASC – beautiful.MASC.DIM – beauty”), which point to the classification of -inho, -zinho and -íssimo as words and to the existence of prosodic composition in these structures. Furthermore, we suggest that this composition is grouped in an intermediate constituent between the phonological word and the phrase (VIGÁRIO, 2007; VOGEL, 2008). In order to verify if there is empirical evidence to the existence of two prominences in the complex words formed by the investigated suffixes, we analyzed duration and spectral emphasis of phonological syllables and VV units (experiments 1 and 3) and F1 and F2 of vowels (experiments 2 and 4) on data from 8 Brazilian Portuguese speakers. In general, part of the results shows that syllables bearing the stress of the base of compositional formations (e.g. [no] or [ov], in novinho “new.MASC.DIM”) present prominence, which show statistical significance when compared to the same syllables in non-compositional formations (e.g. [no] or [ov], in novilho “calf”). Regarding vowel quality, the comparison between formants is able to oppose several pairs of formations of different morphoprosodic nature. If we look at vowel quality only in compositional formations, we can also suggest that these elements, despite of being independent prosodic words, with stress autonomy, show this autonomy in different degrees. Thus, we support the general hypothesis that, at least in part of the investigated data, there is empirical evidence for the identification of two groups of suffixes in BP.en
dc.format.mimetypeapplication/pdfpt_BR
dc.language.isoporpt_BR
dc.rightsOpen Accessen
dc.subjectPalavrapt_BR
dc.subjectEvaluative suffixationen
dc.subjectSufixaçãopt_BR
dc.subjectWorden
dc.subjectMorphological processingen
dc.subjectLíngua portuguesapt_BR
dc.subjectMorfologia (Linguistica)pt_BR
dc.subjectAcoustic analysisen
dc.subjectAcústica da falapt_BR
dc.subjectLinguísticapt_BR
dc.titleO estatuto morfológico e prosódico da sufixação avaliativa em português brasileiropt_BR
dc.typeTesept_BR
dc.identifier.nrb001134161pt_BR
dc.degree.grantorUniversidade Federal do Rio Grande do Sulpt_BR
dc.degree.departmentInstituto de Letraspt_BR
dc.degree.programPrograma de Pós-Graduação em Letraspt_BR
dc.degree.localPorto Alegre, BR-RSpt_BR
dc.degree.date2021pt_BR
dc.degree.leveldoutoradopt_BR


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