Os sentidos da diversidade no Brasil polarizado: impasses e afinidades entre minorias progressistas e conservadoras

Abstract

O objetivo desta tese é compreender de que maneira o tema da diversidade repercute na produção de identidades através do processo de consumo midiático entre minorias sociais progressistas e conservadoras. Tomando a diversidade como objeto, contextualizamos suas apropriações nos âmbitos acadêmicos, midiáticos e políticos. Nos debruçamos sobre o seu conceito, discutindo, também, acerca das noções de identidade, diferença, reconhecimento e interseccionalidade. A pesquisa filia-se aos Estudos Culturais, apropriando-se do Mapa do sensorium contemporâneo de Jesús Martín-Barbero. A abordagem do estudo é qualitativa, sendo a entrevista semiestruturada a principal técnica para a coleta da empiria. Os dados foram sistematizados através dos softwares Nvivo e Iramuteq. Os resultados demonstram que minorias sociais progressistas e conservadoras identificam, na tematização midiática da diversidade, elementos semelhantes: se dão de forma impositiva e antinaturais, cuja finalidade são interesses comerciais, e reclamam mais diferenças. O modo com o qual cada segmento interpreta e aceita/rejeita/negocia com estas qualidades é o que os diferencia. Progressistas relativizam a maioria das representações em nome da visibilidade das diferenças; enquanto conservadores tendem a oporem-se enfaticamente a elas. As produções de sentido e os usos que os progressistas fazem da diversidade são mediadas pela vontade de reconhecimento, que tem na mediação barberiana da cidadania e das narrativas seu ponto de articulação. Os conservadores possuem uma estrutura interpretativa mais estanque. Suas produções de sentido são articuladas principalmente pela religião e pelo naturalismo, que ganham estatuto de relato enquanto mediação.

The objective of this thesis is to understand how the theme of diversity affects the production of identities through the process of media consumption among progressive and conservative social minorities. Taking diversity as an object, we contextualize its appropriations in academic, media, and political spheres. We focus on its concept, also discussing the notions of identity, difference, recognition, and intersectionality. The research is affiliated with Cultural Studies, appropriating the Map of the contemporary sensorium by Jesús Martín-Barbero. The study approach is qualitative, with the semi-structured interview being the main technique for collecting the empirical data. They were systematized using Nvivo and Iramuteq softwares. The results show that progressive and conservative social minorities identify similar elements in the media thematization of diversity: they occur in an imposing and unnatural way, whose purpose is commercial interests, and demand more differences. The way each segment interprets and accepts/rejects/negotiates these qualities is what sets them apart. Progressives relativize most representations in the name of the visibility of differences; while conservatives tend to emphatically oppose them. The productions of meaning and the uses progressives make of diversity are mediated by the desire for recognition, which has its point of articulation in the Barberian mediation of citizenship and narratives. Conservatives have a tighter interpretive framework. Their productions of meaning are mainly articulated by religion and naturalism, which gain metanarrative status as mediation.

El objetivo de esta tesis es comprender cómo el tema de la diversidad reverbera en la producción de identidades a través del proceso de consumo mediático entre minorías sociales progresistas y conservadoras. Tomando la diversidad como objeto, contextualizamos sus apropiaciones en los ámbitos académicos, mediáticos y políticos. Analizamos su concepto, discutiendo también sobre las nociones de identidad, diferencia, reconocimiento e interseccionalidad. La investigación está afiliada a los Estudios Culturales, apropiándose del Mapa del sensorium contemporáneo de Jesús Martín-Barbero. El enfoque del estudio es cualitativo, siendo la entrevista semiestructurada la principal técnica para la recolección de datos empíricos. Los datos se sistematizaron utilizando los softwares Nvivo e Iramuteq. Los resultados demuestran que las minorías sociales progresistas y conservadoras identifican, en la tematización mediática de la diversidad, elementos similares: ocurren de manera imponente y antinatural, cuyo propósito son los intereses comerciales, y exigen más diferencias. La forma en que cada segmento interpreta y acepta/rechaza/negocia con estas cualidades es lo que los distingue. Los progresistas relativizan la mayoría de las representaciones en nombre de la visibilidad de las diferencias; mientras que los conservadores tienden a oponerse enfáticamente a ellos. Las producciones de sentido y los usos que los progresistas hacen de la diversidad están mediadas por el deseo de reconocimiento, que tiene en la mediación barberiana de ciudadanía y de narrativas su punto de articulación. Los conservadores tienen una estructura interpretativa más estricta. Sus producciones de significado están articuladas principalmente por la religión y el naturalismo, que adquieren el estatus de reporte como mediación.