Tradução Comentada do Kojiki (Tomo I) projeto visual
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Data
2021Autor
Orientador
Nível acadêmico
Graduação
Assunto
Resumo
Neste trabalho, apresento a minha tradução do primeiro tomo do Kojiki, obra japonesa entregue à imperatriz Genmei em 712 pelo cortesão Ô no Yasumaro, também discutindo algumas das minhas decisões tradutórias relativas à estruturação visual do texto em português brasileiro. Para justificar essas escolhas, exponho alguns conceitos próprios da ideologia absolutista associada à compilação da obra entre os séculos VII e VIII, tentando identificar aspectos formais da escrita de Yasumaro que revelem o ...
Neste trabalho, apresento a minha tradução do primeiro tomo do Kojiki, obra japonesa entregue à imperatriz Genmei em 712 pelo cortesão Ô no Yasumaro, também discutindo algumas das minhas decisões tradutórias relativas à estruturação visual do texto em português brasileiro. Para justificar essas escolhas, exponho alguns conceitos próprios da ideologia absolutista associada à compilação da obra entre os séculos VII e VIII, tentando identificar aspectos formais da escrita de Yasumaro que revelem ou representem a importância dessas ideias: primeiramente, falo da relação entre a noção imperial de tempo linear, a cosmologia verticalizada do xintoísmo antigo e o sentido de leitura da escrita sino-japonesa; depois, abordo possíveis influências do conceito religioso de kotodama (言霊), ou alma das palavras, sobre o funcionamento das letras chinesas no Kojiki, que ora são tratadas como fonogramas, ora como logogramas pelo seu redator; e ainda comento a agência das marcas de oralidade movimentadas por Yasumaro na obra sobre a identidade estrutural dos seus catálogos genealógicos. Os ensaios de Flusser (2017) sobre design e comunicação dão suporte às reflexões sobre tempo, espaço e texto, também servindo para descrever com maior precisão a minha tentativa de emular a linearidade vertical da escrita japonesa no texto em português. Uma segunda referência teórica importante seria a poética concretista de Campos, Campos e Pignatari (1975), cujas estratégias de funcionalização do espaço tipográfico são acionadas para explicar o meu método de apresentação dos catálogos no Kojiki, a que também importariam as ideias desse autores sobre “leituras ideogramáticas” — bem como as noções flusserianas sobre o funcionamento dos chamados textos bidimensionais. Idealmente, a tradução resultante dessas experimentações se apresentará ao leitor moderno do Kojiki com um maior dinamismo comunicacional do que seria possível por meio da formatação prosaica e convencional do texto, elencando estratégias visuais para remontar em português brasileiro as impressões formais deixadas sobre a obra pela sua necessidade original de propagandear um tempo, um espaço e uma oralidade sagrada que fortalecessem o poder dos imperadores sobre a nobreza de Yamato. ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Instituto de Letras. Curso de Letras: Habilitação em Tradutor Português e Japonês: Bacharelado.
Coleções
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TCC Letras (1225)
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