"Não tinha água para tomar quem dirá para controlar o fogo" : conflitos socioambientais e a luta pela vida no Morro Santana, em Porto Alegre-RS

Abstract

Este trabalho é um estudo sociológico em fase preliminar que aborda os impactos da crise ambiental global no território do Morro Santana, localizado na Zona Leste do município de Porto Alegre, RS. Foram analisados aspectos materiais e simbólicos presentes nas disputas em torno dos conflitos socioambientais envolvendo a especulação imobiliária e as populações que vivem em condições precárias de vida, bem como as formas encontradas pelas populações que habitam esses territórios para contornar tais efeitos. Buscou-se a reconstituição do que se compreende por Morro Santana ontologicamente, a partir de uma série de categorizações a seu respeito. A partir da metodologia de pesquisa-militante, através da combinação do conteúdo de diferentes fontes, buscou-se produzir reflexões sobre as condições de precariedade e resistência na região. Ressalta-se que esse é um estudo em fase preliminar de uma pesquisa mais ampla que irá ser aprofundada ao longo do projeto de mestrado.

This work is a sociological study at preliminary stage that discusses the impacts of the environmental global crisis in the territory of Morro Santana, based in the eastern area of Porto Alegre, the capital city of Rio Grande do Sul. Material and symbolical aspects included in the environmental conflicts were analysed such as real estate speculation and how the population lives under precarious life conditions as well as the strategies they use to overcome these effects. It was researched the reconstitution of what ontologically is understood as Morro Santana, out of a series of categorizations discussing it, understanding that these differences express power relationships. Based on the method of militant-research and the combination of content from different sources, we produced reflections about precariousness (linked to habitation, water, basic sanitation, waste) that develops environmental problems (such as fires and proliferation of diseases) and resistance forms (both individual and also collective) used by the community to face these problems.