Representatividade LGBTQ+ : as percepções sobre a participação no banco do imagens Tem que Ter

Abstract

A questão norteadora deste trabalho é como os modelos do projeto Tem que Ter se sentem representados a partir de sua participação no banco de imagens? Para isto, analisam-se o contexto histórico em que a comunidade está inserida e como os modelos do banco de imagens Tem que Ter sentem-se ao participar do projeto. O objetivo é discutir, a partir da vivência destes sujeitos, as possibilidades de representação midiática para a comunidade LGBTQ+ nas fotografias. Para isso, foram alavancados quatro objetivos específicos que pretendem: a) contextualizar o cenário dos bancos de imagens e do ativismo LGBTQ+; b) identificar a compreensão dos sujeitos sobre a representação midiática LGBTQ+; c) compreender as motivações para a participação no Tem que Ter; d) discutir as possibilidades de representação midiática para a comunidade LGBTQ+. Após uma contextualização do histórico da atividade LGBTQ+ no mundo e no Brasil (DOVER, 2007; ADELMAN, 2000; TREVISAN, 2018; BIMBI, 2017), bem sua representação na mídia (RODRIGUES, 2008; RODRIGUES; CARVALHO; 2015), os conceitos de fotografia são abordados (ROUILLE, 2005; DUBOIS, 1990). Em seguida as definições de bancos de imagens e representação (HALL, 2013), seguindo uma lógica para a representação em sociedade (FRANÇA, 2004), enfim, uma discussão sobre estereótipos e o apagamento da comunidade (HALL, 2013). Após, apresentou-se o banco de imagens Tem que Ter e o processo metodológico utilizado para a investigação dos objetivos específicos. Como estratégia metodológica utilizou-se a abordagem qualitativa, com entrevistas em profundidade semiestruturada com cinco sujeitos participantes do banco de imagens Tem que Ter. Dentro dos resultados, podem ser destacadas a necessidade de sentir-se representados que os modelos abordam, além da visibilidade que a participação no projeto permitiu a eles e à comunidade LGBTQ+. A necessidade de se comunicar com a sociedade, pensando na pluralidade que ela tem, também tem seu realce como resultado obtido.

The focus of this research is how the LGBTQ+ community is represented at the photographs of image banks and advertising campaigns. Therefore, it was analyzed the historical context in which the community is inserted, and how the models from the image bank group Tem que Ter feel as part of this project. The purpose is to discuss, based upon these subjects background, the potential ways to represent the LGBTQ + in photographs for the media. So four specific objectives were defined: a) contextualization of image banks scenario and LGBTQ+ activism; b) define the subjects understanding about LGBTQ + media representation; c) understand the reason to participate on Tem que Ter; d) discuss the alternatives to media represent the LGBTQ+ community. After bring to context LGBTQ+ activity history in the world and in Brazil (DOVER, 2007; ADELMAN, 2000; TREVISAN, 2018; BIMBI, 2017), as well it‟s media representation (RODRIGUES, 2008; RODRIGUES; CARVALHO; 2015), photography concepts are discussed (ROUILLE, 2005; DUBOIS, 1990). The image banks and representation definition follows (HALL, 2013), according to the logic for representation in society (FRANÇA, 2004), ultimately, the discussion about stereotypes and the diminishment of the community (HALL, 2013). After, the Tem que Ter image bank was presented, followed by the research methodology to investigate the specific objectives. As methodological strategy was considered a qualitative approach, by the means of semi-structured deep in-depth interviews, with five subjects included in the Tem que Ter image bank group. Within the results, is quite important to bring to light the need that models feel to be represented, in addition to the visibility that the project brought to them and the LGBTQ + community. The necessity to communicate with the society taking into account it‟s plurality also is an important obtained result.