Murakaza neza mu Rwanda : as iniciativas de reconstrução pósguerra civil pelo estado de Ruanda (2000-2020)
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Data
2021Autor
Orientador
Nível acadêmico
Doutorado
Tipo
Assunto
Resumo
Ruanda, 1994: o embate entre tutsis e hutus configurou a disputa pelo poder do aparato estatal em um pequeno território na África Central. A guerra civil em Ruanda, a qual matou por volta de 800.000 pessoas, foi significativa na história do país, sendo reconhecido pela comunidade internacional por este evento. Após 27 anos, o Estado de Mil Colinas ainda passa pelo processo de reconstrução pós-guerra civil, com iniciativas financiadas por atores externos e ações empreendidas pelo Estado ruandês. ...
Ruanda, 1994: o embate entre tutsis e hutus configurou a disputa pelo poder do aparato estatal em um pequeno território na África Central. A guerra civil em Ruanda, a qual matou por volta de 800.000 pessoas, foi significativa na história do país, sendo reconhecido pela comunidade internacional por este evento. Após 27 anos, o Estado de Mil Colinas ainda passa pelo processo de reconstrução pós-guerra civil, com iniciativas financiadas por atores externos e ações empreendidas pelo Estado ruandês. Diante da grande repercussão positiva de um modelo de sucesso, o presente trabalho tem como objetivo analisar como Ruanda tem se reconstruído a partir das iniciativas do Estado para o âmbito interno (nacional) e externo (regional e internacional) e quais suas implicações para essas esferas. A hipótese para a primeira parte do questionamento é que, com o objetivo de ser um país de renda média e de ter um peso relevante nas tomadas de decisão na região, Ruanda tem se reconstruído a partir de iniciativas visando ao fortalecimento de uma unidade e desenvolvimento nacional. O país utilizou a Vision 2020 para desenvolver iniciativas nas áreas de trabalho: da política, da economia, de gênero, da educação, da cultura e comportamento, da reconfiguração espacial, da justiça e da questão dos refugiados. A partir do momento que houve um reordenamento interno, a busca pelos interesses nacionais ganhou a esfera externa, sendo projetada para os âmbitos regional e internacional. Já a hipótese para a segunda parte do questionamento é que, no âmbito nacional podem ser observadas características de um modelo de reconstrução, como o perfil de reconstrução, estratégia de inserção no cenário internacional, dentre outros aspectos. Já no cenário regional/continental, observa-se a participação ativa de Ruanda, criando mais peso para a região a partir de princípios pan-africanistas; globalmente, por sua vez, existe a inserção do Estado a partir de ideais pan-africanistas de forma pragmática, objetivando seus interesses nacionais. É a partir deste olhar macro que se criou o conceito de Pan-Africanismo Pragmático para desenhar a inserção de Ruanda em três esferas: regional, continental e global. Dentro da linha de Política Internacional e Defesa, o marco temporal escolhido para o desenvolvimento do trabalho é a partir do lançamento da Vision 2020 (2000) até o seu final (2020), com um marco espacial que inclui Ruanda e seus países limítrofes da região dos Grandes Lagos (Burundi, República Democrática do Congo, Tanzânia e Uganda), o continente africano e o cenário internacional. Para a elaboração da pesquisa utilizou-se uma abordagem qualitativa, com caráter exploratório (aprofundamento bibliográfico na temática de construção do Estado na África) e descritivo (detalhamento das características das iniciativas do Estado ruandês). Por meio da análise bibliográfica e documental foi possível compreender o fortalecimento nacional a partir das iniciativas empreendidas em diferentes áreas, além de perceber como Ruanda se insere externamente motivado pelos seus interesses nacionais. Essa inserção externa foi conceituada como Pan-Africanismo Pragmático, ilustrando um movimento de integração com os países africanos, ao mesmo tempo que o país aproveita as brechas do sistema internacional para a obtenção dos seus objetivos. ...
Abstract
Rwanda, 1994: the clash between Tutsis and Hutus configured the dispute for the power of the state apparatus in a small territory in Central Africa. The civil war in Rwanda, which killed around 800,000 people, has been summed up in the country's history, being recognized by the international community for this event. After 27 years, the state of Thousand Hills is still undergoing a post-civil war reconstruction process, with initiatives financed by external actors and actions undertaken by the ...
Rwanda, 1994: the clash between Tutsis and Hutus configured the dispute for the power of the state apparatus in a small territory in Central Africa. The civil war in Rwanda, which killed around 800,000 people, has been summed up in the country's history, being recognized by the international community for this event. After 27 years, the state of Thousand Hills is still undergoing a post-civil war reconstruction process, with initiatives financed by external actors and actions undertaken by the Rwandan state. Given the great positive impact of a successful model, this work aims to analyze how Rwanda has been reconstructed from the state's initiatives for the internal (national) and external (regional and international) and what are its implications to these spheres. The hypothesis for the first part of the questioning is that, in order to be a middle-income country and to have a relevant weight in decision-making in the region, Rwanda has been rebuilt based on incentives to strengthen a unity and national development. The country uses Vision 2020 to develop initiatives in the areas of work: politics, economics, gender, education, culture and behavior, spatial reconfiguration, justice and the refugee issue. From the moment that there was an internal reorganization, the search for national interests gained the external sphere, being projected for the regional and international spheres. The hypothesis for the second part of the questioning is that, at the national level, characteristics of a reconstruction model can be observed, such as the reconstruction profile, insertion strategy in the international scenario, among other aspects. In the regional/continental scenario, Rwanda’s active participation is observed, creating more weight for the region based on pan-Africanist principles; globally, in turn, there is the insertion of the state based on pan-Africanist ideals in a pragmatic way, aiming at its national interests. It is from this macro perspective that the concept of Pragmatic Pan-Africanism was created to draw Rwanda's insertion into three spheres: regional, continental and global. Within the International Policy and Defense line, the time frame chosen for the development of the work is from the launch of Vision 2020 (2000) until its end (2020), with a spatial framework that includes Rwanda and its neighboring countries in the Great Lakes region (Burundi, Democratic Republic of Congo, Tanzania and Uganda), the African continent and the international scene. For the elaboration of the research, a qualitative approach was used, with an exploratory character (in-depth bibliography on the theme of state building in Africa) and descriptive (detailing the characteristics of the initiatives of the Rwandan state). Through bibliographical and documentary analysis, it was possible to understand the national strengthening based on the initiatives undertaken in different areas, in addition to realizing how Rwanda is externally motivated by its national interests. This external insertion was conceived as Pragmatic Pan-Africanism, illustrating a movement of integration with African countries, while the country takes advantage of gaps in the international system to achieve its goals. ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Instituto de Filosofia e Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em Ciência Política.
Coleções
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Ciências Humanas (7540)Ciência Política (532)
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