Quem tem medo de pêndulos? : modelos e representação científica

Abstract

Este trabalho oferece uma taxonomia parcial do uso de modelos na prática científica. Distinguem-se dois tipos gerais de modelo: modelos teóricos e representacionais. Modelos teóricos, defende-se, relacionam-se com teorias na medida em que funcionam como estruturas que as tornam verdadeiras; modelos representacionais relacionam-se a sistemas físicos na medida em que os representam. Dentre esses, distingue-se primariamente entre modelos físicos, não-físicos e matemáticos. Apresenta-se também o uso atribuído a modelos durante a evolução de concepções sobre a estrutura de teorias – sintática e semântica. Por último, procuro tornar defensável a concepção semântica de Giere, a saber, de que a relação modelo-sistema deve ser entendida em termos de ‘similaridade’.

This work offers a partial taxonomy of the use of models in scientific practice. I distinguish between two major types of model: theoretical and representational. I defend that theoretical models are related to theories to the extent that they function as truth-making structures; representational models are related to physical systems to the extent that they represent them. Among these, I draw a distinction primarily between physical, non-physical, and mathematicals. I also lay out the use ascribed to models during the development of the views concerning the structure of theories – syntaticist and semanticist ones. Lastly, I try to make Giere’s semantic conception tenable, namely, that the model-system relationship must be understood in terms of ‘similarity’.