Análise do potencial uso de resíduos agroindustriais como adsorventes alternativos para metais no Rio Grande do Sul
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Data
2021Autor
Orientador
Nível acadêmico
Mestrado
Tipo
Assunto
Resumo
Os efluentes gerados pelas indústrias consistem em crescente preocupação de empresas e órgãos ambientais. A busca por técnicas de tratamento eficientes e sustentáveis é constante e o uso de adsorventes alternativos para remoção de contaminantes tem merecido destaque nesta área. O Rio Grande do Sul é um dos maiores produtores agrícolas do Brasil, além de ter uma matriz industrial forte e diversificada. Neste contexto, o presente estudo buscou investigar a possibilidade de uso de resíduos agroind ...
Os efluentes gerados pelas indústrias consistem em crescente preocupação de empresas e órgãos ambientais. A busca por técnicas de tratamento eficientes e sustentáveis é constante e o uso de adsorventes alternativos para remoção de contaminantes tem merecido destaque nesta área. O Rio Grande do Sul é um dos maiores produtores agrícolas do Brasil, além de ter uma matriz industrial forte e diversificada. Neste contexto, o presente estudo buscou investigar a possibilidade de uso de resíduos agroindustriais gerados no Estado como adsorvente alternativo na remoção de metais presentes nos efluentes gerados pelas indústrias locais. Foram coletadas informações de geração de resíduos agroindustriais e de efluentes industriais existentes nas bases de dados da FEPAM entre os anos 2014 e 2017. Os dados foram analisados através de softwares Excel e Grass Gis. Os resultados encontrados mostraram que os resíduos de arroz são os mais gerados pelas agroindústrias do Estado, com uma média de 900 mil toneladas anuais, em grandes unidades localizadas principalmente na região Sul do Estado. Resíduos de grãos e de uva também têm geração média anual de 75 mil e 50 mil toneladas, respectivamente, os primeiros em unidades localizadas em quase todo o Estado, enquanto os últimos concentrados na região nordeste. Foram obtidas as concentrações médias de cobre, cromo, níquel, zinco, chumbo, manganês e cádmio nos efluentes gerados no Estado, que representam uma carga poluidora bruta total de 764 toneladas anuais. Cr e Zn são os poluentes mais presentes nos efluentes industriais, com uma geração anual média de respectivamente 266.613,2 kg.ano-1 e 258.464,0 kg.ano-1 entre os anos de 2014 e 2016, e os ramos de atividade ligados a metalurgia e curtimento são os maiores geradores de efluentes com estes metais. Os dados de lançamento de efluentes nos corpos hídricos revelaram que Zn, Mn e Cr são os poluentes metálicos mais despejados no meio aquático, com uma carga poluidora de 4534,6 kg.ano-1, 1886,5 kg.ano-1 e 1747,4 kg.ano-1, respectivamente. Os resultados deste estudo indicaram uma grande remoção dos contaminantes nos efluentes industriais, mas ainda mostram uma quantidade expressiva de metais sendo despejada em rios e lagos. O mapeamento dos pontos de lançamento mostrou que a maior parte das indústrias se localiza na região metropolitana de Porto Alegre e na Serra Gaúcha. Utilizando dados de capacidade de adsorção da literatura, estimou-se que a quantidade de resíduos agroindustriais gerados no Rio Grande do Sul é suficiente para atender a demanda por material adsorvente. Ainda, os resultados indicam que os resíduos de uva são gerados na proximidade de locais de lançamento de efluentes metálicos da Serra Gaúcha, sendo uma fonte interessante de material adsorvente para a indústria local. Já os resíduos de cereais, como milho, trigo e soja, por serem distribuídos em todo o Estado, podem atender a demanda de unidades industriais do interior do Rio Grande do Sul. Com base nos resultados obtidos, pode-se direcionar os próximos estudos para avaliar a eficiência dos resíduos existentes localmente no tratamento das águas residuárias das indústrias gaúchas. ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Escola de Engenharia. Programa de Pós-Graduação em Engenharia Química.
Coleções
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