Migração de consumidor com demanda inferior a 500kW para o ambiente de contratação livre considerando o PLD horário

Abstract

O Ambiente de Contratação Livre continua conquistando novos consumidores, em 2020 registrou uma nova onda migratória, com cerca de 23% de crescimento em relação ao ano anterior. Atualmente abrange aproximadamente 30% do consumo de energia elétrica brasileira. Esta expansão é decorrente das vantagens proporcionadas por este ambiente de contratação de energia elétrica. Quando um consumidor adere ao mercado livre passa a comprar energia na livre concorrência, ter mais previsibilidade financeira e também pode incentivar a sustentabilidade no planeta através da compra de energia de fontes renováveis. Contudo, para um consumidor ser elegível para o Ambiente de Contratação Livre, é necessário que possua uma demanda mínima contratada de 500kW. Para 2021 foi realizada uma alteração regulatória, onde a divulgação do PLD passou a ser horária, alterando então os resultados da Liquidação Financeira. Este trabalho objetiva estudar a viabilidade de migração para o ambiente livre de consumidores com demanda inicialmente inferior a 500kW, considerando o novo PLD horário. Para isto, é apresentada a metodologia proposta para a comparação da viabilidade nos dois ambientes. A aplicação da metodologia é realizada com seis consumidores, sendo que as curvas de carga de três consumidores são reais e três são curvas hipotéticas, neste último caso com metade da demanda das curvas anteriores. Os resultados obtidos mostram que pode ser viável um consumidor com demanda inferior a 500kW se adequar e migrar para o mercado livre. Contudo depende de dois pontos cruciais: o percentual de consumo ponta em relação ao consumo total de energia e o preço da energia de longo prazo.

The Free Contracting Environment continues to conquer new consumers. In 2020 it registered a new migratory wave, with about 23% growth in relation to the previous year. It currently covers approximately 30% of Brazilian electricity consumption. This expansion is due to the advantages provided by this energy contracting environment. When a consumer joins the free energy market, he buys energy in free competition, has more financial predictability and can also encourage sustainability on the planet through the purchase of energy from renewable sources. Nevertheless, for a consumer to be eligible for the Free Contracting Environment, it is necessary to have a minimum contracted demand of 500kW. For 2021, a regulatory change was made, where the disclosure of the Settlement Price of Differences (PLD) became hourly, changing the results of Financial Settlement. This work aims to study the feasibility of migrating to a consumer-free environment with demand initially below 500kW, considering the new hourly Settlement Price of Differences (PLD). For this, the proposed methodology for comparing the feasibility in the two environments is presented. The application of the methodology is carried out with six consumers, with the load curves of three consumers being real and three are hypothetical curves, in the latter case with half the demand of the previous curves. The results obtained show that it may be possible for a consumer with a demand below 500kW to adapt and migrate to the free market. However, it depends on two crucial points: the percentage of consumption in peak hours in relation to total consumption and the price of long-term energy.