Mostrar el registro sencillo del ítem

dc.contributor.advisorAmador, Fernanda Spanierpt_BR
dc.contributor.authorPrudente, Jéssicapt_BR
dc.date.accessioned2021-05-15T04:42:00Zpt_BR
dc.date.issued2020pt_BR
dc.identifier.urihttp://hdl.handle.net/10183/221160pt_BR
dc.description.abstractUma psicóloga, pelo exercício de seu ofício em um serviço de saúde mental, foi “ferida de morte e vida” ao escutar a pergunta enunciada por uma usuária: “por que eu não posso querer morrer”? Esta tese produz conversas infinitas no intervalo entre querer morrer e suicídio, estando transversalizada pela experiência do trabalho em saúde mental, por um viés cartográfico. Pela problematização como método, estratégia produzida no percurso da pesquisa, operamos modulações do problema do risco de suicídio no trabalho em saúde, permitindo o pensamento enquanto ruptura. Trata-se de um pensar no movimento acolhendo o impensado, a natureza insistente dos problemas e as descontinuidades, produzindo uma tese que se afirma na Filosofia da Diferença. Provocamos ondas por entre a força das máquinas binárias que nos arrastam para as dicotomias, afirmando uma inseparabilidade entre viver e conhecer pelos contornos locais e singulares na Psicologia Social e Institucional brasileira e nas Clínicas do Trabalho, especialmente nas proposições da Clínica da Atividade, abordagem essa que expande as possibilidades de criação no e pelo trabalho. Colocamos em discussão valores produzidos em relação ao viver e ao morrer, levantando questões a respeito de práticas higienistas e normalizadoras nesse âmbito. Afirmamos o querer morrer como um meio, como uma linha expansiva de vida e de problematização. Pelas estratégias genealógico-cartográfica e dialógica, percorremos traçados do pensamento em ação acompanhando normatividades, que é o que está em questão na clínica da atividade. A dimensão da atividade pode ser pensada como uma ontologia política da experiência do trabalho ativada pelos encontros produzidos nas entrevistas realizadas com psicólogas de diferentes serviços do Sistema Único de Saúde (SUS), construindo uma experiência normativa e transversal que se expande pela dimensão do ofício como lastro produzido entre histórias e memórias. Pela pergunta ferimento, abrem-se três planos analítico-conceituais os quais produzem uma conversa infinita que dobra e desdobra o problema da tese: 1. “A morte do querer morrer no contemporâneo”, que aposta na potência problemática do querer morrer em sua abertura para um território ético da discussão, por um viés genealógico; 2. “Normalização e normatividade: dimensões em transitividade”, que trata das estratégias de normalização, a partir de Foucault, e de normatividade, pelo pensamento de Canguilhem, percorrendo o trabalho em saúde pelo meio, por uma transitividade das normas; e 3. “Trabalho em saúde em sua dimensão clínica: entre riscos e profanações”, que analisa o trabalho como território de riscos, permeado pelo desafio de assumir os riscos na gestão do trabalho em saúde na produção da história de um ofício, tomando a dimensão clínica enquanto desvio. Esses três planos politizam o querer morrer, as normas e o trabalho em saúde, encontrando outras vozes por meio de conversas-entrevistas com trabalhadoras psicólogas do SUS de diversos equipamentos – hospital, emergência psiquiátrica, Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) e ambulatório de saúde mental. Os platôs produzidos nessas conversas-entrevistas são engendrados com as discussões dos planos analítico-conceituais enquanto transversalidades do trabalho em saúde como experiência: o Platô Ético: confiança-queda-risco indica a produção de diferentes modos de relação com o mundo e transversaliza o primeiro plano analítico-conceitual; o Platô Estético: problema crítica-normatividade enfatiza uma dimensão criadora e inventiva da experiência, atravessando o segundo plano; e o Platô Político: protocolo-comum-ofício sugere pensar essa relação da experiência do trabalho em saúde por entre regimes de saberes e estratégias de governo, transversalizando o terceiro plano. Ainda que sejam da ordem de um coengendramento, para cada plano, enfatizamos um dos platôs animados por séries de análise e excertos das entrevistas. Não há produção de vida que não seja atravessada pelos riscos, sendo que as estratégias de geri-los são cada vez mais complexas e audaciosas, violentas e amplas, indicando a imanência dos riscos e das normas. O ethos da confiança emerge como dimensão de composição com as trabalhadoras e com a pesquisa no exercício do trabalho como atividade, permitindo uma queda compartilhada. Por fim, produzimos um manifesto antipsicológico acolhendo lutas antirracistas e antifascistas na atualidade, operando uma crítica às práticas da psicologia na política pública de saúde mental na relação com os riscos. Indicamos que as normalizações podem gerar modulações fascistas, apagando as diferenças e neutralizando os corpos que são silenciados nos diagnósticos, operando uma crítica que aposta na potência dos saberes localizados contra as pretensões universais.pt_BR
dc.description.abstractA psychologist, in the exercise of her craft in a mental health service, was “wounded to death and life” when she heard the question asked by a user of the service: “why can’t I want to die?” This thesis produces endless conversations during the interval between wanting-to-die and suicide, being transversalized by the mental health care work experience, and takes into account a cartographical bias. Due to problematization as method, a strategy developed in the course of the research, we operate modulations on the problem of suicide risk in health work, modulations that allow for thinking as a rupture exercise. It has to do with thinking in movement embracing the unthinked, the insistent nature of problems and discontinuities, producing a thesis that supports itself in Philosophy of Difference's basis. We provoke waves among the strength of the binary machines that drag us towards dichotomies, to affirm the inseparability between living and knowing by the singular and local contours in Brazilian Social and Institutional Psychology and the Clinics of Work, specially the propositions of the Clinic of Activity, an approach that expands the possibilities of creation in and through work. We call into discussion values produced in relation to living and dying, raising questions unto hygienist and normaling practices in this area. We affirm the wanting-to-die as a mean, an expansive line of life and problematization. By genealogic-cartographical and dialogical strategies, we trail paths of thought in action following normativities, that which is what is dealt in the Clinic of Activity approach. The dimension of activity can be thought as a political ontology of the experience of work, reclaimed in the meetings produced in the interviews carried out with the psychologists that work in different services of the Brazilian Health Care System (SUS - Sistema Único de Saúde), building a transversal and normative experience that expands itself through craft as ballast made out of memories and stories. Through the question-wound, three analytical-conceptual levels are opened, which produce an endless conversation which folds and unfolds the thesis question: 1. "The death of wanting-to die in present times'', which bets on the problematic power of wanting-to-die as a means to open an ethical territory of discussion, through a genealogic way; 2. "Normalization and normativity: dimensions in transitivity", which deals with the normalization strategies, taking Foucault as inspiration, and normativity, after Canguilhem's thoughts, following health work through the middle, through a transitivity of norms; and 3. "Health work in its clinical dimension: between risks and profanations", which analyzes work as a territory of risks, permeated by the challenge of assuming the risks of health work management in the production of the story of a craft, taking the clinical dimension as deviation. These three levels reclaim the political question of wanting-to-die, norms and health work, finding other voices amidst conversation-interviews with psychologist workers of a myriad of SUS services - hospital, psychiatric emergency center, CAPS [Psychosocial Care Center] and mental health ambulatory. The plateaus produced in this conversation-interviews are intertwined with the analytical-conceptual level discussions as transversalities of the health work as experience: the Ethical Plateau: trust-fall-risk indicates the production of different modes of relating to the world and transversalizes the first analytical-conceptual level; the Aesthetical Plateau: problem-critic-normativity emphasizes the creative and inventive dimension of experience, traversing the second level; and the Political Plateau, protocol-commons-craft suggests thinking the relation of the experience of working in health amidst regimes of knowledge and government strategies, transversalizing the third level. Although we recognize that those are co-engendered, we emphasize one of the plateaus to which level, taken by a series of analysis and interviews excerpts. There is no life production that is not crossed by risks, and the strategies to deal with them are ever more complex, daring, violent and far-reaching, which indicates the immanence of risks and norms. The trust ethos emerges as composition between the workers and the research during the exercise of work as activity, which allows for a shared falling. Finally, we produce an anti-psychological manifesto, embracing current anti-racist and anti-fascist nowadays struggles, while doing a critical exercise on the practices of psychology in mental health public policy in relation to risks. We indicate that normalization can beget fascist modulations, erasing difference and neutering bodies that keep getting silenced in being diagnosed. In doing so, we operate a critic that bids in the power of situated knowledge against universal pretension.en
dc.format.mimetypeapplication/pdfpt_BR
dc.language.isoporpt_BR
dc.rightsOpen Accessen
dc.subjectServiços de saúde mentalpt_BR
dc.subjectWanting-to-dieen
dc.subjectPolíticas públicas de saúdept_BR
dc.subjectHealth worken
dc.subjectSuicídiopt_BR
dc.subjectNormalizationen
dc.subjectNormativityen
dc.subjectRiscopt_BR
dc.subjectBiopolíticapt_BR
dc.subjectMental Healthen
dc.subjectPsicólogospt_BR
dc.subjectNormas sociaispt_BR
dc.title“Por que eu não posso querer morrer?” : uma conversa infinita entre normatividades e normalizações pelo trabalho em saúdept_BR
dc.typeTesept_BR
dc.identifier.nrb001124349pt_BR
dc.degree.grantorUniversidade Federal do Rio Grande do Sulpt_BR
dc.degree.departmentInstituto de Psicologiapt_BR
dc.degree.programPrograma de Pós-Graduação em Psicologia Social e Institucionalpt_BR
dc.degree.localPorto Alegre, BR-RSpt_BR
dc.degree.date2020pt_BR
dc.degree.leveldoutoradopt_BR


Ficheros en el ítem

Thumbnail
   

Este ítem está licenciado en la Creative Commons License

Mostrar el registro sencillo del ítem