Mobilidade comunitária em indivíduos com doença de Parkinson : avaliação e relação com fatores clínicos e contextuais

Abstract

Base teórica: Doença de Parkinson (DP) é uma condição crônica neurodegenerativa caracterizada pelos sinais cardinais de bradicinesia, tremor em repouso, rigidez e/ou instabilidade postural. Além destas alterações motoras, diversas manifestações não motoras estão presentes e podem prejudicar a funcionalidade dos indivíduos acometidos. Mobilidade comunitária, um componente da funcionalidade, refere-se à capacidade de mover-se na comunidade por diversos meios, e cuja manutenção é fundamental para a participação social. Objetivo: Avaliar a mobilidade comunitária em indivíduos com DP e verificar a relação de fatores como equilíbrio, confiança, sintomas depressivos e qualidade de vida com medidas objetivas e subjetivas de mobilidade comunitária. Metodologia: Este trabalho é composto por dois artigos de metodologia transversal. A amostra foi composta por indivíduos com diagnóstico de DP, classificados entre os estágios 1 e 4 de acordo com o estadiamento de Hoehn & Yahr (H&Y) capazes de responder aos instrumentos. Os participantes estavam em acompanhamento pelo Ambulatório de Distúrbios do Movimento do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) e responderam a uma anamnese e avaliados em relação às seguintes variáveis: mobilidade comunitária (LSA; questões subjetivas), gravidade da DP, estadiamento e sintomas não motores (MDS-UPDRS), equilíbrio (Mini BESTest), confiança no equilíbrio (ABC), cognição (MoCA), sintomas depressivos (BDI-II) e qualidade de vida (PDQ-8). Conclusão: No primeiro artigo desta tese, verificamos que a mobilidade comunitária esteve relacionada com a redução na autoconfiança e com os déficits de equilíbrio entre 88 sujeitos DP. No segundo artigo, identificamos entre os 93 participantes que fatores ambientais e não motores estavam relacionados com medidas objetivas e subjetivas de mobilidade comunitária. Os sujeitos insatisfeitos com a mobilidade e os mais restritos relataram menor qualidade de vida.

Background: Parkinson's disease (PD) is a chronic neurodegenerative condition characterized by cardinal signs of bradicinesia, tremor at rest, stiffness and / or postural instability. In addition to these motor changes, several non-motor manifestations are present and can impair the functionality of the affected individuals. Community mobility, a component of functionality, refers to the ability to move in the community through different means, and whose maintenance is essential for social participation. Objective: To assess community mobility in individuals with PD and to verify the relationship between factors such as balance, confidence, depressive symptoms and quality of life with objective and subjective measures of community mobility. Methodology: This work consists of two articles of transversal methodology. The sample consisted of individuals diagnosed with PD, classified between stages 1 and 4 according to Hoehn & Yahr (H&Y) staging able to respond to the instruments. The participants were being monitored by the Movement Disorders Clinic of the Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) and answered an anamnesis and evaluated in relation to the following variables: community mobility (LSA; subjective questions), severity of PD, staging and symptoms non-motor (MDS-UPDRS), balance (Mini BESTest), confidence in balance (ABC), cognition (MoCA), depressive symptoms (BDI-II) and quality of life (PDQ-8). Conclusion: In the first article of this thesis, we found that community mobility was related to a reduction in self-confidence and to balance deficits among 88 PD subjects. In the second article, we identified among the 93 participants that environmental and non-motor factors were related to objective and subjective measures of community mobility. Subjects dissatisfied with mobility and the more restricted ones reported lower quality of life.