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dc.contributor.advisorMoraes, Carmen Sylvia Vidigalpt_BR
dc.contributor.authorBurigo, Elisabete Zardopt_BR
dc.date.accessioned2021-04-09T04:24:56Zpt_BR
dc.date.issued2004pt_BR
dc.identifier.urihttp://hdl.handle.net/10183/219708pt_BR
dc.description.abstractSão enfocados neste trabalho os processos de reconfiguração dos currículos dos cursos técnicos de duas escolas estaduais gaúchas, no contexto da reforma empreendida pelo Governo Fernando Henrique Cardoso a partir de 1997. A investigação é baseada em entrevistas semi-estruturadas com professores, nos planos de curso e em outros documentos produzidos nas escolas e por órgãos governamentais durante o processo de reestruturação, complementados por observações de aulas e de eventos escolares, questionários e entrevistas com estudantes. Na análise dos processos de reconfiguração curricular são examinadas as interpretações, apropriações e reações, por parte dos professores que atuam nas escolas, às políticas governamentais e às pressões oriundas do mundo do trabalho. São identificados nexos entre as visões relativas ao mundo do trabalho e ao ensino e as vivências e identificações profissionais dos professores, construídas nas trajetórias individuais de formação e trabalho e no interior de cada instituição. O estudo mostra que a afirmação do caráter generalista dos cursos técnicos e a relevância atribuída à iniciação dos estudantes numa cultura técnica que não se reduz à aprendizagem dos processos em uso nas empresas antepõem-se, nas escolas, à lógica governamental da flexibilização, do aligeiramento e estrita adequação da formação às demandas da esfera produtiva. As resistências a essa lógica são atribuídas à validação dos modelos praticados de ensino técnico e à autonomia relativa das escolas face ao mercado de trabalho, mas também à persistência da idéia de profissão e da figura de técnico industrial tal como é projetada pelos professores, diversa das formas predominantes de inserção dos egressos. O estudo mostra também uma apropriação seletiva de elementos da pedagogia das competências pelos professores. O uso da linguagem oficial é combinado com a preservação de uma estrutura disciplinar dos cursos, da avaliação segundo notas e de objetivos relacionados à fundamentação das técnicas que não podem ser descritos como competências. A crítica ao ensino centrado na transmissão de conteúdos é incorporada por uma parcela dos professores e refutada, num dos estabelecimentos, por professores que rejeitam esse discurso pedagógico como estranho ao “chão-de-escola”. O estudo mostra ainda que a política governamental de ampliação de vagas com redução de custos encontra limites numa seletividade interna aos cursos atribuída, em parte, à disposição de preservação de um perfil de profissional egresso por parte dos professores, mas também às dificuldades de incorporação, pelas escolas, das diferentes expectativas e experiências de escolarização dos estudantes. Enfim, o estudo mostra que os professores do ensino técnico nessas escolas reivindicam para si uma profissionalidade baseada nos saberes construídos através da experiência e da formação e no compromisso com a ação docente, a despeito de sua contratação como “emergenciais” ou “temporários”. Ao retratarem suas concepções e práticas docentes, os professores revelam combinações singulares de aceitação de modelos existentes e esforços de inovação que estão referidos a essa profissionalidade reivindicada.pt_BR
dc.description.abstractThis study focuses on the processes of reconfiguration of the curricula of the technical courses of two public schools of the state of Rio Grande do Sul, Brazil, in the context of the reform carried out by Fernando Henrique Cardoso’s government since 1997. This research is based on semi-structured interviews with teachers, on curricular plans, and on other documents produced in the schools and by governmental organisms during the process of restructuring, complemented by observations during lessons and schools events, as well as questionnaires and interviews with the students. The analysis of the process of curricular reconfiguration examines how the teachers in schools interpret, appropriate and react to the governmental policies and to pressures from world of labor. The nexus between the visions relative to the world of labor and teaching, and the teachers’ professional experiences and identifications, built on individual training and working histories and inside each institution, are identified. The study shows that, in schools, the assertion of the generalist character of the technical courses and the relevance attributed to the initiation of the students in a technical culture, which is not confined to learning the processes used in companies, confront the governmental logic of making learning flexible, shallow, and developed strictly to supply the demands of the productive sphere. The resistance to this logic is attributed to the validation of the models used for technical teaching and to the relative autonomy of the schools in relation to the labor market. It is also attributed to the persistence of the idea of the profession and of the image of the industrial technicians as projected by the teachers, which is different from the predominant forms of insertion of the former students. This study also shows a selective appropriation of pedagogical elements of competences by the teachers. The use of the official language is combined with preservation of a structure of disciplines in the courses, of evaluation according to grades, and of aims related to the justification of techniques that cannot be explained as competences. The criticism to teaching centered on the transmission of contents is assumed by part of the teachers, while it is refuted, in one institution, by teachers that reject this pedagogical discourse as strange to the “school grounds.” The study found that the governmental policy of expanding the number of admissions, and at the same time, reducing costs, is limited by an internal selectivity of the courses. This is partly attributed to the willingness by the teachers to preserve a specific profile of the former student, and also because schools do not easily incorporate the different learning expectations and experiences of the students. Lastly, the study shows that the teachers of technical education in these schools believe in a professionalism based on knowledge, built through experience and training, and on the commitment to the act of teaching, despite being sometimes hired as “emergency” or “temporary” teachers. When portraying their teaching concepts and practices, the teachers also reveal unique combinations of acceptance of the existing models with efforts for innovation, which refer to this assumed professionalism.en
dc.format.mimetypeapplication/pdfpt_BR
dc.language.isoporpt_BR
dc.rightsOpen Accessen
dc.subjectReforma do ensinopt_BR
dc.subjectEnsino técnicopt_BR
dc.subjectPolítica educacionalpt_BR
dc.subjectReforma curricularpt_BR
dc.subjectEnsino industrialpt_BR
dc.subjectFormaçãopt_BR
dc.subjectProfessorpt_BR
dc.subjectAvaliaçãopt_BR
dc.subjectMercado de trabalhopt_BR
dc.subjectFormacao profissionalpt_BR
dc.subjectRio Grande do Sulpt_BR
dc.subjectBrasilpt_BR
dc.titleA reforma do ensino técnico segundo os professores : adaptações e resistências em duas escolas técnicas industriais gaúchaspt_BR
dc.typeTesept_BR
dc.identifier.nrb000491611pt_BR
dc.degree.grantorUniversidade de São Paulopt_BR
dc.degree.departmentFaculdade de Educaçãopt_BR
dc.degree.programPrograma de Pós-Graduação em Educaçãopt_BR
dc.degree.localSão Paulo, BR-SPpt_BR
dc.degree.date2004pt_BR
dc.degree.leveldoutoradopt_BR


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